Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Moreno, Karyne Garcia Tafarelo
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Orientador(a): |
Barros, Marcio Eduardo de
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Banca de defesa: |
Gasparotto Junior, Arquimedes
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Santos, Ariany Carvalho dos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
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Departamento: |
Faculdade de Ciências da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4924
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Resumo: |
A Lesão Renal Aguda (LRA) é um processo de etiologia variada, caracterizado pela perda abrupta da função renal. A nefrolitíase, por sua vez é a formação de pedras originárias da precipitação de sais pouco solúveis de urina concentrada. Com a intenção de aprimorar as pesquisas científicas e objetivando aumentar o conhecimento a respeito das nefropatias, foram desenvolvidos diversos modelos experimentais para o estudo das doenças, como o modelo de LRA por rabdomiólise induzida por glicerol em animais e a cristalização in vitro por precipitação de oxalato de cálcio, para estudos relacionados à nefrolitíase. Empregadas como substratos na indústria de medicamentos ou em seu uso popular e tradicional as plantas representam uma faceta importante no tratamento de doenças. A Costus spicatus (Jacq.) Sw., comumente chamada de “Cana-do-Brejo” é usada popularmente para doenças do aparelho urinário e como diurético e depurativo. Portanto, o objetivo deste estudo foi realizar investigação fitoquímica e farmacológica de C. spicatus em modelo de LRA em ratos Wistar machos e em modelo de cristalização in vitro para nefrolitíase. O material vegetal coletado na região de Dourados-MS foi seco e moído, a extração foi feita com água fervente, seguida de extração com etanol, para obtenção do Sobrenadante Etanólico do Infuso de C. spicatus (SEICS). Para determinar a composição fitoquímica do SEICS foi utilizada a cromatografia líquida ultra rápida acoplada a detector por arranjo de diodos e a espectrômetro de massas (LCDAD-MS). Para a execução do experimento in vivo, foram utilizados 48 ratos Wistar, divididos em seis grupos (n=8). Durante cinco dias, três grupos receberam administração do SEICS (30, 100 e 300 mL/kg/dia); outro grupo recebeu ácido ascórbico (200 mg/kg) para controle positivo e outros dois grupos receberam solução salina. Subsequente ao tratamento, os animais receberam uma injeção intramuscular de glicerol a 25% na dose de 10 mL/kg. Após a indução de LRA foram aferidas a pressão arterial e a reatividade renal; realizou-se coletas de amostras de soro e os rins foram extirpados para análise histopatológica e avaliação do potencial antioxidante, por meio das análises das enzimas catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD), bem como os níveis de lipoperoxidação (LPO). As coletas de urina de 24 horas ocorreram nos dias 0, 3, 5 e 7. Outros 25 animais foram utilizados para investigação da atividade diurética aguda e prolongada do SEICS (30, 100 e 300 mL/kg/dia). Para a avaliação do efeito antilitiásico, utilizou-se amostras de urina de humanos. Três amostras receberam a adição do SEICS (0,05; 0,5 e 5 mg/mL) e passaram pelo processo de cristalização por precipitação de oxalato de cálcio concomitantemente às amostras controle. Após a cristalização, foi calculado o Índice de Turbidez (IT) e estimados o número e tamanho dos cristais. Os resultados indicaram a presença 25 compostos fitoquímicos no SEICS, e as principais classes de metabólitos foram flavonóides, saponina esteróide e ácidos orgânicos. Houve uma redução significativa na excreção de ureia e creatinina urinárias no grupo com LRA sem tratamento, além de danos histopatológicos consideráveis (tumefação, vacuolização, necrose do epitélio tubular contorcido proximal e infiltrado inflamatório). Os animais com LRA sem tratamento apresentaram oligúria, o SEICS preveniu a ocorrência da oligúria nas diferentes dosagens. A dose de 30 mg/kg demonstrou efeito significativo de nefroproteção ao aumentar a excreção urinária de ureia, creatinina, sódio, cálcio e cloro após a indução da LRA. Os animais tratados com a dose de 300 mg/kg apresentaram lesões histopatológicas menos severas. O ácido ascórbico não apresentou efeito nefroprotetor nos parâmetros analisados. Identificou-se uma possível ação antioxidante do SEICS em detrimento do aumento de SOD (dose de 30 mg/kg) e CAT (doses de 100 e 300 mg/kg) nas amostras de rins. Os resultados não identificaram atividade diurética da planta. O SEICS foi capaz de reduzir significativamente a área dos cristais de oxalato de cálcio, além de reduzir a proporção dos cristais monohidratados e diminuir a agregação dos cristais 24 horas depois. Em suma, a dose de 30 mg/kg do SEICS apresentou efeito positivo sobre os parâmetros urinários, e as diferentes doses impediram a ocorrência da oligúria, além de demonstrarem efeito antioxidante nos rins; a C. spicatus também apresentou ação antilitiásica por reduzir significativamente o crescimento e a agregação dos cristais (in vitro), além de dificultar a formação dos cristais monohidratados, o que corrobora o uso popular da planta para doenças do trato urinário. |