Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Catarim, Angelo Willian de Lima
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Orientador(a): |
Curado, Jacy Correa
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Banca de defesa: |
Martins, Catia Paranhos
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Moscheta, Murilo dos Santos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1124
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Resumo: |
O presente trabalho é uma produção que buscou responder às questões provenientes do seguinte problema de pesquisa: como a Psicologia tem tratado a violência contra as mulheres. Para isso, fizemos uso das contribuições do Construcionismo Social, principalmente no que diz respeito à noção de práticas discursivas. Assim, nosso objetivo foi problematizar as práticas discursivas da Psicologia sobre violência contra a mulher e que são usadas por profissionais envolvidas nos serviços de atendimento e nos documentos de domínio público. Construímos, então, cinco capítulos. No primeiro, discutimos matrizes conceituais e os efeitos do Construcionismo Social como uma postura diante da realidade, aproveitando para falar sobre a noção de práticas discursivas. No segundo capítulo, apresentamos algumas discussões mais presentes no Brasil na década de 1980 a respeito da violência contra as mulheres. Problematizamos a polarização das discussões que se pautavam na posição de vítima ou não das situações de violência. O terceiro capítulo foi onde discutimos as produções mais atuais a respeito dessa temática, que nos permitiu desenvolver três eixos temáticos: o lugar das mulheres e alguns deslocamentos; o conceito de gênero nas discussões sobre violência contra as mulheres; e os modos como as pesquisas foram realizadas, privilegiando contextos de políticas públicas ou não e com grupos ou atendimentos individuais. No quarto capítulo apresentamos a metodologia, que consistiu de entrevistas com 5 profissionais de serviços de atendimento às mulheres em situação de violência e a análise dos artigos do capítulo 3, considerando-os como Documentos de Domínio Público. No capítulo 5 foram apresentadas as análises das entrevistas, divididas em 5 eixos temáticos: a naturalização da violência contra as mulheres, em que discutimos os efeitos discursivos da noção de socialização e inserimos o conceito de performance como alternativa aos problemas da naturalização dos processos sociais. Chamamos o segundo eixo de “Nomear para sentir”, e nele discutimos como o reconhecimento da violência passa pela necessidade de uma abertura dos repertórios linguísticos para que outros sentidos sejam dados a acontecimentos tomados como normais, como é o caso da violência contra as mulheres. O terceiro eixo temático foi dividido em dois subtemas: no primeiro fizemos algumas reflexões sobre a importância da Lei Maria da Penha e o fato de o texto da lei reconhecer cinco diferentes violências, o que indica diferentes áreas de direitos das mulheres. No segundo subtema discutimos como a referida lei é importante no reconhecimento da necessidade de trabalhar com os autores das violências. A forma como as histórias de vida das usuárias dos serviços de atenção às mulheres eram relatadas permitiu construir o quarto eixo, nomeado de “A construção do objeto ‘mulheres que sofreram violências’”. Nele, discutimos como alguns elementos comuns às histórias de vidas dessas mulheres eram reiterados nas narrativas das profissionais. Por fim, no quinto eixo temático discutimos os diferentes sentidos atribuídos ao termo “dependência”, mostrando que seu uso foi bem heterogêneo nas narrativas das psicólogas entrevistadas. Consideramos que o trabalho possibilitou identificar nas práticas discursivas analisadas diferentes sentidos atribuídos à violência contra as mulheres. |