Risco bioecológico do milho transgênico em insetos não-alvo do sistema de produção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Dutra, Carla Cristina lattes
Orientador(a): Fernandes, Marcos Gino lattes
Banca de defesa: Torres, Jorge Braz lattes, Degrande, Paulo Eduardo lattes, Pasini, Amarildo lattes, Pereira, Fabricio Fagundes lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Agronomia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/429
Resumo: As plantas transgênicas resistentes a insetos, ou plantas Bt, apresentam proteção contra ataques de algumas pragas, levando a uma diminuição do uso de inseticidas. Estudos de análise de risco de plantas Bt a organismos não-alvo são importantes ferramentas para que essa tecnologia continue trazendo benefícios econômicos sem afetar a biodiversidade. Portanto, o objetivo desta tese foi investigar o risco bioecológico do milho Bt em insetos não-alvo do sistema de produção. Para isso foi conduzido um bioensaio em laboratório e um estudo em campo. 1. Bioensaio: Foi realizado na Universidade de Minnesota, Saint Paul, EUA. Conduziu-se em laboratório testes de escolha de preferência alimentar para determinar se o predador Harmonia axyridis (Pallas) (Coleoptera: Coccinellidae) apresenta alguma preferência entre lagartas de Spodoptera frugiperda (JE Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) alimentadas com folhas de milho Bt (MON-810) ou de milho não-Bt. O bioensaio foi conduzido em placas de Petri, onde os predadores (larvas e adultos) receberam individualmente presas que foram alimentadas com folhas de milho Bt e não-Bt durante 24, 48 e 72 h. Ambos os estágios do predador consumiram as lagartas oferecidas. Em todas as combinações de predador e idade da presa, o número de cada tipo de presa consumido não diferiu estatisticamente. Através do teste ELISA confirmou-se a presença de Cry1Ab no tecido foliar e S. frugiperda, enquanto as concentrações em H. axyridis de terceiro ínstar e adultos foram muito baixas. Com base nos dados obtidos conclui-se que H. axyridis é um predador potencial de S. frugiperda e não apresenta preferência entre presas alimentadas com folhas de milho Bt e não-Bt. 2. Estudo de campo: Realizado no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, este trabalho objetivou verificar se existe diferença na riqueza e composição de espécies de formigas e coleópteros de solo em cultivos de milho Bt e sua isolinha não-Bt, na safra e safrinha no Centro Oeste brasileiro. Esta pesquisa foi desenvolvida em áreas de produção de milho Bt e sua isolinha não-Bt, durante dois anos agrícolas (2009 a 2011). Foram estudadas seis áreas de produção de milho nos períodos de safra e sete áreas nos períodos de safrinha. Para a amostragem dos insetos, foram realizadas coletas através de armadilhas pitfall. Os dados foram analisados através de índices faunísticos de riqueza e diversidade de espécies. Verificou-se que não houve diferença estatística significativa entre a riqueza e diversidade de espécies dos sistemas de produção de milho Bt e não-Bt. Nos períodos de safras ocorreram algumas espécies exclusivas, assim como outras espécies ocorreram exclusivamente nas safrinhas. E ainda, observou-se maior riqueza e diversidade de espécies de formigas e coleópteros nos períodos de safras. Com base nos resultados obtidos nesta tese é possível afirmar que não houve impacto bioecológico do sistema de produção de milho Bt.