Desafios e conflitos na produção do espaço no município de Bonito/MS: agricultura, turismo e apropriação da natureza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ribeiro, Ângelo Franco do Nascimento lattes
Orientador(a): Moretti, Edvaldo Cesar lattes
Banca de defesa: Berezuk, André Geraldo lattes, Salinas Chavez, Eduardo lattes, Lobo, Heros Augusto Santos lattes, Boggiani, Paulo César lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/391
Resumo: Este trabalho teve como objetivo analisar a alteração no uso da terra no município de Bonito/MS inserido no Planalto da Bodoquena, e quais as implicações para o turismo e Unidades de Conservação – UCs. Para cumprir com tal proposta, demarcamos como período de análise o período de 1980 que foi quando as lavouras surgiram no município até o ano de 2016. Tratar desse tema é complexo, por expor três temas latentes na região: turismo, conservação ambiental e agricultura. O primeiro, tendo em vista que a área em questão é o cartão postal do turismo de natureza no estado de Mato Grosso do Sul, já no que tange à conservação ambiental, existem cinco Unidades de Conservação implantadas no município, sendo o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, que é a única UC de Proteção Integral Federal totalmente dentro do estado e que já gerou muitos conflitos desde as discussões de criação até o momento e mais duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN e dois Monumentos Naturais, em processo de discussão existe projeto de criação de mais três UCs, sendo dois Refúgios de Vida Silvestre – RVS e um Parque Natural, por fim, a questão da agricultura que teve um período de ascensão no início da década de 1990 e não prosperou, volta à cena recentemente, preocupando ambientalistas e segmentos ligados ao turismo. No primeiro momento de expansão, início da década de 1990, surgiram conflitos entre agricultores e ambientalistas pela forma como era realizado o manejo do solo, que degradava os rios que ainda eram explorados pelo turismo de maneira incipiente. Depois disso, agricultura entra em crise e surge o turismo na segunda metade da década de 1990, que, por sua vez, permanece em expansão até a atualidade, se consolidando como um dos principais destinos de expansão das lavouras no estado. O movimento de expansão de lavouras e a judicialização do rito de criação de UCs fazem parte do mesmo processo de territorialização do capital no campo absorvido pelos coronéis do município, que defendem seus interesses de modo incisivo, pois o setor domina a política, o judiciário e a mídia. Este é um recurso utilizado para construir as verdades necessárias de modo a permitir que continuem dominando os seus territórios. Entender os processos de modificação e deslocamentos de atividades econômicas no espaço é fator fundamental para entendermos a dinâmica de construção de novas frentes de expansão ou retração do capital em determinados locais, como no Planalto da Bodoquena.