Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Batista, Christiane Silveira
 |
Orientador(a): |
Oliveira, Paulo Custódio de
 |
Banca de defesa: |
Barzotto, Leoné Astride
,
Moreira, Maria Elisa Rodrigues
 |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Letras
|
Departamento: |
Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/933
|
Resumo: |
O presente trabalho apresenta uma proposta de diálogo entre o livro escrito em língua espanhola Diarios de Motocicleta (2004) e a produção cinematográfica Diários de Motocicleta (2004). Em ambas as obras, a personagem protagonista é Ernesto Che Guevara, um jovem que decide sair de Buenos Aires para conhecer uma parte da América do Sul, sua população e sua cultura. Pelo caminho, ademais de belas paisagens, confronta-se com a miséria e as dificuldades que pressupõem ser um habitante da América Latina. Durante aproximadamente nove meses, ele relata suas experiências em um diário que posteriormente é narrativizado e publicado. Esse texto, denominado inicialmente Notas de Viaje (1993), inspira a adaptação fílmica, que por sua vez contribui para a republicação do diário impresso, em um entrelaçamento entre literatura e cinema (AVELLAR, 2007), típico da indústria cultural (ADORNO e HORKHEIMER, 2002) e da reprodutibilidade técnica (BENJAMIN, 1985). Essa correspondência entre os materiais é verificada a partir dos teóricos Robert Stam (2006) e Linda Hutcheon (2013) que concebem as adaptações como obras relacionadas, mas independentes, por conterem um processo de (re)interpretação por parte do adaptador. A pesquisa é realizada qualitativamente, utilizando-se de uma abordagem descritiva-explicativa. Dessa maneira, o diário impresso é analisado com vistas a identificar os elementos textuais, paratextuais e contextuais que se integram na composição de um autor-narrador heroico. Alguns dos teóricos utilizados para fundamentar esse estudo são Michel Foucault (2004), Maurice Blanchot (2005) e Leonor Arfuch (2010), conceituando os elementos narrativos, com ênfase para a escrita de si e a autorrepresentação de seu autor; José Martí (2005), Ángel Rama (2008), Néstor García Canclini (1991) e Eduardo Coutinho (2009) definem o termo América Latina, representando os itens contextuais em que a narrativa foi produzida e publicada; Gérard Genette (2009) respalda a análise dos paratextos como fatores relevantes e que interferem na interpretação do diário propriamente dito; Northrop Frye (2014), Flávio Kothe (1987) e Martim Cézar Feijó (1984) apresentam as tipologias do herói, para que se verifique sob qual delas a personagem de Ernesto Che Guevara é heroificada. Já em relação à adaptação cinematográfica, os estudos de Joseph Campbell (1990), Marcel Martin (2005), Ismail Xavier (1997), Antonio Costa (2003), Jacques Aumont (1993), João Batista de Brito (1995), Jacques Aumont e Michel Marie (2003) e Marcos Strecker (2010) aportam teoricamente a investigação sobre o cinema e suas técnicas audiovisuais – como o plano, a iluminação e os movimentos de câmera –, o gênero road movie, adotado pelo diretor Walter Salles, e a trajetória do herói no filme para que se reflita sobre o processo de (re)criação de um herói por meio de imagens em movimento. |