Abelhas africanizadas urbanas: uma análise da diversidade genética da glândula de veneno em função da região da cidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Saccomani, Pâmela Bertucchi lattes
Orientador(a): Alves Júnior, Valter Vieira lattes
Banca de defesa: Ferreira, Anderson, Bonacina, Anna Kátia Brizola
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Biologia Geral/Bioprospecção
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4452
Resumo: A abelha Apis mellifera scutellata (Lepetier 1836) foi trazida para o Brasil com a intenção de aumentar a produção de mel no país, porém, devido a um acidente, houve a hibridização dessa abelha africana com as abelhas europeias já presentes no país, originando um poli híbrido altamente defensivo. O veneno produzido pela glândula ácida, que apresenta variações fenotípicas de diferentes categorias, é estocado no reservatório e liberado quando ocorre a ferroada. As variações fenotípicas da glândula sugerem que a quantidade de veneno varia de acordo com o seu comprimento e essa característica, por sua vez, varia de acordo de acordo com o genótipo do indivíduo (operária). Glândulas pequenas (menores) (5,97 mm) apresentariam genótipo homozigoto recessivo e as glândulas grandes (maiores) (10,90 mm) genótipo homozigoto dominante, estando sob a ação de genes com efeitos mendelianos e as variações ocorreriam em função da combinação do efeito desses genes e outro par de “genes modificadores” que influenciariam no fenótipo final observado para as glândulas. Na área urbana da cidade pode-se detectar a presença de abelhas melíferas africanizadas com diferentes fenótipos quanto as variações observáveis na glândula de veneno, resultando em produções de maior ou menor quantidade do mesmo. Com isso, objetivou-se investigar na área urbana da cidade de Dourados-MS, as características genotípicas dessas abelhas, mediante a avaliação da diversidade fenotípica da estrutura referida. Para esse fim a cidade foi dividida espacialmente em quatro quadrantes, onde em cada um, 500 abelhas operárias africanizadas foram capturadas por coleta ativa com auxílio de rede entomológica. As abelhas foram levadas a Laboratório de Apicultura (LAP) da FCBA/UFGD, dissecadas utilizando-se de um estereomicroscópio Zeiss com 16X de aumento. As glândulas foram retiradas e fixadas com esmalte incolor sobre uma lâmina histológica e posteriormente além de outras características. Foi aferido seu comprimento glandular total (CGT) e presença ou ausência de ramificação. Também foram coletadas mais 50 abelhas africanizadas em cada quadrante onde aplicou-se a mesma metodologia, porém foram separados da glândula ácida, o aparelho ferroador e o reservatório de veneno. O peso do veneno seco contido no reservatório foi aferido e comparado ao CGT da glândula produtora correspondente. Obteve-se na primeira etapa, predominância de glândulas pequenas (GP) nos Quadrantes 1, 2 e 3, no Quadrante 4 a 8 predominância foi de glândulas grandes (GG). Na segunda etapa, as maiores glândulas, com genes dominantes foram encontradas nos Quadrantes 4, 2 e 3 respectivamente, com os percentuais de GG de 78%, 70% e 54%, as GP foram mais frequentes no Quadrante 1, com o total de 52%. As glândulas apresentaram produção estocada no reservatório em quantidade variada, em função do fenótipo apresentado de acordo com o genótipo sugerido; glândulas maiores, maior quantidade de veneno, glândulas menores, menor quantidade produzida. Em ambas as fases, os maiores índices de bifurcação foram registrados nos quadrantes com maior índice de glândulas grandes, e também maior quantidade de veneno estocado, o que nos leva a concluir que glândulas maiores e com presença de bifurcação tendem a apresentar maior produção de veneno.