Avaliação da segurança farmacológica e eficácia de Plinia cauliflora (Mart.) Kausel em coelhos submetidos à um modelo de insuficiência cardíaca induzida por doxorrubicina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Romão, Paulo Vitor Moreira lattes
Orientador(a): Gasparotto Junior, Arquimedes lattes
Banca de defesa: Neitzke-Abreu, Herintha Coeto lattes, Lívero, Francislaine Aparecida dos Reis lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/2637
Resumo: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica caracterizada por comprometimento da estrutura e/ou função do coração, promovendo a remodelação cardíaca, bem como distorções no tamanho, forma e função das câmaras cardíacas. Entre os principais fatores de risco para desenvolvimento da IC destacam-se a hipertensão arterial sistêmica e a quimioterapia. Nesse sentido, há um estímulo para a utilização de plantas medicinais no tratamento de doenças cardíacas. A Plinia cauliflora (Mart.) Kausel se figura como uma possível alternativa, já que partes da planta são usadas como tratamento natural para asma, diarreia e inflamação e estudos evidenciam que fitoconstituintes como as proantocianidinas e antocianinas protegem especificamente contra doenças cardiovasculares. Desse modo, esse trabalho propõe avaliar a segurança farmacológica e os efeitos cardioprotetores de P. cauliflora em um modelo de insuficiência cardíaca induzida por doxorrubicina (DOX) em coelhos. Primeiramente, avaliou-se a segurança farmacológica do extrato de etanólico de P. cauliflora (EEPC). Para isso, diferentes grupos de coelhos machos Nova Zelândia foram tratados oralmente com dose única de extrato etanólico de P. cauliflora (EEPC) nas doses de 200 e 2000 mg/kg ou veículo (água filtrada). Após esse tratamento, foram observadas durante 24 horas as alterações comportamentais agudas e as possíveis alterações fisiológicas por meio do teste de Irwin modificado, frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial, eletrocardiograma e gasometria arterial. Na avaliação da segurança farmacológica não foram observadas alterações comportamentais ou fisiológicas significativas em nenhum dos grupos tratados com EEPC. Ademais, nenhuma das doses de EEPC afetou a frequência respiratória ou a gasometria arterial, e não houve alterações na pressão arterial média ou em parâmetros eletrocardiográficos. Depois desses testes de segurança, foi avaliada a eficácia do EEPC frente um modelo de IC induzida por DOX. Assim, para indução da IC, coelhos fêmeas da linhagem Nova Zelândia receberam administrações semanais de 1,5 mg/kg de DOX pela via intravenosa durante 6 semanas. Concomitantemente, o EEPC foi administrado por via oral em doses de 75 e 150 mg/kg diariamente por 42 dias. O enalapril (5 mg/kg) foi usado como medicamento cardioprotetor de referência e administrado oralmente em doses diárias por 42 dias. No final do período experimental, a pressão arterial, frequência cardíaca, perfil eletrocardiográfico, reatividade vascular renal, parâmetros séricos, incluindo perfil lipídico, troponina, creatinina, nitrotirosina, malondialdeído, nitrito e peptídeo natriurético cerebral foram mensurados. Além disso, foram realizadas análises histopatológicas das câmaras cardíacas, morfometria ventricular, e investigação do sistema enzimático antioxidante dos tecidos cardíaco e renal. O tratamento com o EEPC induziu importantes respostas, onde alterações hemodinâmicas e funcionais cardíacas foram evitadas e houve prevenção quanto ao remodelamento ventricular. Além disso, o tratamento com o EEPC reduziu a disfunção renal induzida pela IC e modulou positivamente o sistema de defesa antioxidante tecidual.