Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Barros, Maria Aparecida de
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Orientador(a): |
Pinheiro, Alexandra Santos
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Banca de defesa: |
Fernandes, Frederico Augusto Garcia
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Santos, Paulo Sérgio Nolasco dos
,
Leite, Eudes Fernando |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Letras
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Departamento: |
Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1408
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Resumo: |
Esta dissertação compreende o estudo da memória a partir de narrativas orais de mulheres em situação de prisão. As narrativas foram colhidas por meio de entrevistas gravadas em áudio e analisadas conforme o método proposto pela História Oral. Tivemos como suporte teórico as concepções de Henry Bergson (1999), Maurice Halbwachs (2006), Philippe Lejeune (2002), Paul Ricouer (2015), Henry Rousso (2006), dentre outras. O objetivo foi a investigação de como as memórias são recuperadas e acolhidas pelas entrevistadas, como estas lembranças são preservadas no ambiente prisional, assim como a importância da rememoração em suas trajetórias de vida. Evidenciamos a força da oralidade nas narrativas de vida, a construção da identidade no ambiente prisional, a apropriação do direito à fala pela mulher subalterna, e a importância da visitação ao passado como meio para a compreensão do presente. Analisamos como estas mulheres, por detrás das grades, reconstroem sua trajetória, como justificam a si e à escolha que fizeram pelas práticas criminosas. Os questionamentos feitos ao corpus culminaram, também, na reflexão acerca dos sentidos da prisão, da condição feminina e do Sistema Penitenciário no Brasil e em Mato Grosso do Sul, da exclusão e da invisibilidade da mulher e de sua condição de encarcerada e da subalternidade dentro e fora das prisões, do poder da fala por detrás das grades, da construção das identidades à margem das margens e do papel da memória nesse processo. A análise dá ênfase às narrativas de violência física, psicológica e simbólica que resistiram na memória, assim como a situação de culpa, mesmo que, muitas vezes, elas tenham sido as vítimas. Os sonhos que ficaram para trás, os projetos futuros e quais as esperanças ainda são acalentadas no seio da prisão também são lembrados. Os resultados obtidos são uma importante contribuição para a reflexão sobre o modo como a mulher, privada de liberdade, fala de si, rememora o seu passado e como essa prática influencia em sua vida atual, além de fortalecer o debate sobre as condições de encarceramento feminino no Brasil. |