Epidemiologia molecular de enterobactérias resistentes a carbapenêmicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Kesia Esther da lattes
Orientador(a): Simionatto, Simone lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/557
Resumo: Enterobactérias produtoras de β-lactamases de espectro estendido (ESBL) e carbapenemases continuam a ser a principal causa de resistência a antibióticos β-lactâmicos e, potencialmente, um grave problema de saúde global. Este estudo foi realizado para avaliar a susceptibilidade antimicrobiana e a epidemiologia molecular de cepas de Klebsiella sp. e Serratia sp. resistentes a carbapenêmicos isoladas de um hospital público de Dourados/MS. Durante Maio/2011 a Maio/2013, foram isoladas 30 cepas de Serratia marcescens e 68 cepas de Klebsiella pneumoniae com perfil de resistência ou intermediário às cefalosporinas de terceira geração. A identificação das espécies foi realizada com o sistema automatizado Vitek- 2 e confirmado pelo sistema Matrix-Assisted Laser Desorption Ionization-Time of Flight Mass Spectrometry (MALDI-TOF MS). Todas as cepas apresentaram resistências à carbapenêmicos pela técnica de concentração inibitória mínima (CIM). A produção de carbapenemases pelo Teste Modificado de Hodge (MHT) foi detectada em 67 cepas de K. pneumoniae e 24 de S. marcescens. No entanto, a hidrólise de carbapenêmicos por MALDI TOF MS foi detectada em 57 de K. pneumoniae e em 24 de S. marcescens. O gene blaKPC-2 foi identificado em 24 S. marcescens resistentes a carbapenêmicos e, entre elas o gene blaIMP-10 foi também observado em seis cepas. A presença dos genes blaTEM e blaSHV foi evidenciada em seis cepas de S. marcescens negativas para o blaKPC-2. Os experimentos de conjugação e hibridação mostraram que o gene blaKPC-2 estava inserido em plasmídeos conjugativos, enquanto o gene blaIMP-10 estava inserido em um integron de classe 1, com a presença de dois genes inseridos em cassetes, aac(6’)-IIc e aad1. Todas as cepas de S. marcescens produtoras de KPC mostraram similaridade genética pelo PFGE. A amplificação por PCR e o sequenciamento mostrou que o gene blaKPC-2 estava presente em 57 K. pneumoniae resistentes a carbapenêmicos. O gene blaKPC-2 não foi encontrado em 11 cepas, porém foi observada a presença dos genes blaCTX–M-1-like, blaCTX–M-2-like, blaCTX-M-8 like, blaCTX-M-14-like, blaSHV-like e alteração das proteínas OmpK35 e OmpK36. As K. pneumoniae produtoras de KPC demonstraram alta similaridade genética na análise pelo PFGE. Para identificar os fatores de risco para K. pneumoniae produtora de KPC, foi realizado um estudo caso-controle com 94 patients (47 casos e 47 controles). Na análise multivariada, tempo de internação prolongado, cirurgia prévia, ventilação mecânica, cateter venoso central e cateter urinário, foram associados com K. pneumoniae produtoras de KPC. Os resultados indicam a disseminação de Enterobactérias produtoras de beta-lactamases em um hospital público de Dourados/Mato Grosso do Sul e a primeira descrição de cepas de S. marcescens co-produtoras de KPC-2 e IMP-10. Portanto, compreender a extenção do reservatório nas unidades de saúde pode ser importante para a intervenção direcionada e redução das infecções hospitalares.