Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Salles, Sandra Regina Monteiro
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Orientador(a): |
Staliano, Pamela
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Banca de defesa: |
Rovinski, Sonia Liane Reichert
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Borges, Carolina de Campos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1131
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Resumo: |
O ato infracional na adolescência que envolve a prática do abuso sexual desperta as mais variadas emoções. Trata-se de um fenômeno complexo, em que o adolescente, apesar de perpetrador da violência, também está em desenvolvimento, e necessita de proteção do Estado. O presente trabalho se propôs a analisar o fenômeno do abuso sexual praticado por adolescentes que respondem a processos judiciais na Vara da Infância e Juventude da Comarca de Campo Grande/Mato Grosso do Sul. Para tanto, buscou-se verificar como os adolescentes compreendem a acusação do abuso sexual e suas consequências; a relação estabelecida entre o adolescente e seu meio familiar, bem como, conhecer os fatores que contribuíram para a manifestação deste comportamento. Participaram do estudo sete adolescentes, de 12 a 17 anos encaminhados para avaliação psicológica na Coordenadoria Psicossocial Forense do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, no período de março a junho de 2017. Foram realizadas entrevistas semidirigidas com os adolescentes e seus responsáveis legais, submetidas à análise de conteúdo temática de acordo com Bardin (1995) e aplicação do Procedimento de Desenho Família-Estórias de Walter Trinca (DF-E) com os adolescentes, analisados a partir da Teoria Psicanalítica. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados e atendeu às exigências das Resoluções CNS 466/2012 e 510/2016. Os resultados/discussão apontaram a influência de privações ambientais em pelo menos quatro dos sete adolescentes pesquisados, dificuldades na manifestação dos afetos pelos adolescentes, indicativo de abuso sexual transgeracional e/ou envolvimento de familiares em práticas ilegais. Entende-se que os abusos sexuais praticados por estes adolescentes estão muito mais relacionados à falhas no manejo familiar e/ou ausências afetivas importantes em seu desenvolvimento, do que reduzido a uma característica patológica individual do adolescente. O reconhecimento do ato praticado por alguns dos adolescentes também indicou perspectiva positiva de reparação para esses jovens que, caso encontrem o apoio familiar, segurança e intervenção adequada, podem externalizar sobre seus conflitos e angústias, e evitar a reincidência do ato. Acredita-se assim, que essa pesquisa possa motivar os profissionais a atuarem com o adolescente que praticou abuso sexual, diminuindo a rejeição e preenchendo lacunas que possam existir frente a esta temática, seja em futuras avaliações psicológicas jurídicas ou projetos de intervenção. |