As Cicatrizes da acumulação capitalista no Brasil: dilemas do “neodesenvolvimentismo” e os megaprojetos de infraestrutura na crise estrutural do capital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ersina, Mariana Collette Piai lattes
Orientador(a): Guillén Carías, Maria Gabriela lattes
Banca de defesa: Lucas, Marcilio Rodrigues lattes, Mizusaki, Márcia Yukari lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Sociologia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4933
Resumo: A América do Sul entrou para os circuitos de acumulação global do capital a mais ou menos cinco séculos. Daqui nos foi drenado qualquer recurso que atiçasse as ganas das monarquias ibéricas. 500 anos mais tarde, nossas riquezas naturais seguem sendo drenadas em direção aos centros de acumulação do capital. As coroas ibéricas já não mais comandam o processo, mas a vocação para o exterior continua agora controlada pelas grandes transnacionais que, com ajuda dos Estados, mantém de pé e, desde a década de 1970, elevam até às últimas consequências a sua tendência espoliadora. A década de 1970 marca um momento de inflexão na lógica de acumulação capitalista, na reprodução do capital e nas formas de domínio com a queda tendencial da taxa média de lucros prevista por Marx em O Capital. A constante elevação da produtividade e o acirramento das contradições mais íntimas e inerentes do capital nos conduziu a um momento que se traduziu para o Brasil, bem como para a América Latina, no esgotamento do paradigma industrialista como forma predominante de acumulação de capital, e nos conduziu para a dinâmica da reprimarização econômica e do avanço da fronteira neoextrativista pelos territórios. A recriação de um padrão de acumulação, arquitetada para atender as demandas externas, tem como precondição essencial a construção de uma rede de infraestrutura para garantir a inserção de novos territórios na dinâmica capitalista e a reprodução ampliada dos grandes conglomerados monopólicos imperialistas. Buscando avaliar criticamente e de maneira radical, esse processo, é objetivo desta investigação examinar o papel protagonista do Estado na promoção da acumulação capitalista em que a infraestrutura se torna um vetor importante, bem como o caráter dos megaprojetos e suas consequências para o subcontinente, em especial para as populações originárias, comunidades camponesas, quilombolas, ribeirinhas e para a classe trabalhadora sul americana. Nesse sentido, temos como objetivo analisar de maneira intensiva a Iniciativa de Integração Regional Sul Americana (IIRSA) e os Programas de aceleração ao crescimento (PAC I e II) articulando-os com as dinâmicas locais, internacionais e o sistema sociometabólico do capital que a partir de 1970 entra num estágio de crise estrutural profunda.