Cultivo da mandioca sob bases agroecológicas: estado da arte, adubação verde e supressão de plantas espontâneas no territorio do cone sul de Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Recalde, Katia Maria Garicoix lattes
Orientador(a): Padovan, Milton Parron lattes
Banca de defesa: Silva, Luciana Ferreira da lattes, Carneiro, Leandro Flávio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Agronegócios
Departamento: Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/682
Resumo: Durante o período de 2010 a 2012, foram desenvolvidas ações de pesquisa envolvendo agricultores familiares, bem como em uma área experimental, ambos no Território do Cone Sul de Mato Grosso do Sul. Assim, objetivou-se conhecer o estado da arte referente à mandioca cultivada sob bases agroecológicas no território, além de estudar o comportamento de adubos verdes de primavera/verão para fins de supressão de plantas infestantes, bem como para melhoria do cultivo da mandioca. Os trabalhos de pesquisa realizados foram organizados em três capítulos, sendo que o primeiro trata de “Aspectos socioeconômicos, agronômicos e ambientais inerentes ao cultivo da mandioca sob bases agroecológicas no Território do Cone Sul de Mato Grosso do Sul”. O trabalho foi desenvolvido no Território do Cone Sul do estado de Mato Grosso do Sul, envolvendo 45 famílias de agricultores tradicionais e assentados, no período de setembro a dezembro de 2012, com o objetivo de conhecer e analisar aspectos socioeconômicos, agronômicos e ambientais concernentes ao cultivo da mandioca sob bases agroecológicas nesse território. Para identificar experiências em desenvolvimento, utilizou-se a metodologia de amostragem em bola-de-neve com intuito de conhecer os possíveis informantes-chave e os agricultores envolvidos com a cultura. Em cada unidade produtiva previamente identificada, realizou-se uma visita guiada e, ao mesmo tempo, entrevistou-se o agricultor responsável a partir de um roteiro semiestruturado, contendo questões abertas e fechadas. Os resultados mostraram que a cultura da mandioca é a principal atividade pra fins de geração de renda, com produtividade média entre 24 e 25 t ha-1; a diversificação das atividades nas unidades de produção entre os assentados é mais representativa; os agricultores tradicionais utilizam mais adubação verde do que os agricultores assentados, sendo que estes adotam com maior frequência a capina manual e de tração animal em relação aos tradicionais, devido à maior disponibilidade de mão-de-obra; os agricultores possuem assistência técnica, porém esporádica e, predominantemente, insatisfatória. Os agricultores consideram o mandarová e as formigas cortadeiras como as principais pragas nas áreas de cultivo de mandioca, utilizando-se alternativas biológicas, caldas à base de extratos de plantas e métodos físicos e mecânicos para o controle. Predominam agricultores que participam de organizações de classe, sejam em associações ou cooperativas; os agricultores familiares tradicionais e os assentados demonstraram interesse em agregar valor à produção; há carência de pesquisas que contribuam para a redução do custo de produção da mandioca em bases agroecológicas. O segundo capítulo abordou o tema: “Supressão de plantas espontâneas através da adubação verde em sistema sob bases agroecológicas no Território do Cone Sul de Mato Grosso do Sul”. O objetivo do estudo foi conhecer o potencial de cobertura do solo e supressão de plantas espontâneas por adubos verdes de primavera/verão, em diferentes estádios de desenvolvimento e após o seu manejo (corte), durante 90 dias do ciclo da mandioca. O estudo foi desenvolvido no ano agrícola 2010/2011 no município de Itaquiraí, localizado no Território do Cone Sul de Mato Grosso do Sul, em um sistema manejado sob princípios agroecológicos. Os tratamentos foram constituídos por diferentes espécies de adubos verdes e arranjos: crotalária, feijão-guandu, feijão-bravo-do-ceará, feijão-de-porco, milheto, consórcio entre milheto e crotalária, mucunapreta, sorgo-forrageiro, mistura de todos os adubos verdes utilizados no estudo (feijão-deporco, feijão-bravo-do-ceará, mucuna-preta, feijão-guandu, crotalária, milheto e sorgoforrageiro) e uma parcela testemunha, em pousio. Utilizou-se delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições. As avaliações de cobertura do solo pelos adubos verdes e pelas plantas infestantes foram realizadas aos 45, 90 e 105 dias após a emergência dos adubos verdes. Aos 11 dias após o corte dos adubos verdes, foi implantada a mandioca através de cultivo mínimo. Aos 30, 60 e 90 dias após o plantio da tuberosa foram realizadas avaliações referentes à taxa de cobertura do solo pelas plantas espontâneas, bem como a massa seca produzida. Os resultados obtidos evidenciam que espécies de adubos verdes exercem efeito supressor de plantas infestantes durante o ciclo de vida, bem como nos primeiros meses após seu manejo (corte), atuando como cobertura morta. Já o terceiro capítulo compreende o estudo “Performance de adubos verdes e efeitos na mandioca cultivada em sucessão sob bases agroecológicas no Cone Sul de Mato Grosso do Sul”, com o objetivo de conhecer o potencial de acúmulo de nutrientes e fitomassa na parte aérea de adubos verdes e o desempenho da mandioca cultivada em sucessão. O estudo foi realizado no período de 2010 a 2012, no município de Itaquiraí, no Território do Cone Sul de Mato Grosso do Sul, em um Latossolo Vermelho Distrófico típico. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições. Os tratamentos avaliados foram: feijão-de-porco, feijãobravo- do-ceará, mucuna-preta, sorgo-forrageiro, feijão-guandu, milheto, Crotalaria juncea, consórcio entre crotalária e milheto, mistura de todos os adubos verdes utilizados no estudo e a testemunha em pousio. Os parâmetros avaliados aos 105 dias após a emergência dos adubos verdes foram: massa seca, acúmulo de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre na parte aérea das plantas de cobertura. Aos 11 dias após o corte dos adubos verdes, a mandioca (cultivar IAC 576) foi plantada em sistema de cultivo mínimo. Por ocasião da colheita da mandioca, aos 12 meses após o brotamento das manivas, foram realizadas avaliações de altura de plantas, peso fresco da parte aérea, peso de raízes e índice de colheita. Os resultados obtidos mostraram que a mistura de adubos verdes e a C. juncea apresentaram maiores acúmulos de massa seca na parte aérea das plantas em relação aos demais tratamentos, assim como para o acúmulo da maioria dos nutrientes avaliados. O feijão-guandu apresentou maior acúmulo de nitrogênio, fósforo e enxofre na parte aérea das plantas, assim como o milheto para fósforo, potássio e enxofre. A mandioca apresentou o melhor desempenho quando cultivada em sucessão à mistura de adubos verdes e C. juncea.