Narciso acha feio o que não é espelho?: discursos sobre a prostituição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Bernardes, Elizete de Souza lattes
Orientador(a): Góis, Marcos Lúcio de Sousa lattes
Banca de defesa: Becker, Simone lattes, Limberti, Rita de Cássia Aparecida Pacheco lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/606
Resumo: O trabalho, inscrito nos quadros da Análise do Discurso francesa (AD), acompanha a prostituição feminina a partir do dispositivo do saber-poder de Michel Foucault. Observou-se que os discursos produzidos em nossa sociedade ocidental a respeito da sexualidade e, por conseguinte, da prostituição estão vinculados a determinados campos dos saberes, principalmente, o jurídico. Isso considerando, a problemática que se põe é: como o exercício do poder é instrumentalizado, justificado e reiterado por campos de saberes? Como os discursos sobre a prostituição entram em um regime de repetibilidade, materializados em gêneros textuais distintos, formando uma rede interdiscursiva? Quais são as práticas que, de certo modo, determinam o devido lugar da prostituição, na ordem do discurso, este, enquanto o próprio exercício de poder? O objetivo de pesquisa, então, se instaura na reflexão do discurso médico-científico enquanto um saber que promove e/ou permite a construção de (efeitos de) verdades e do real no que tange à sexualidade – e, por conseguinte, à prostituição –, implicando em um incisivo exercício de poder. Para tanto, considera-se como dado inicial uma tese acadêmica de Medicina, do início do século XX, bem como enunciados que estabelecem, entre si, diversas interdiscursividades em volta da temática. Fundamenta-se o trabalho no conceito foucaultiano de saber-poder; nos estudos de cunho sociológico de Boaventura de Sousa Santos (2002; 2003; 2006; 2008), que permitem refletir a prostituição frente à assim-chamada monocultura do saber; bem como nos estudos realizados por Abreu (2007) tangentes à construção da “mulher” na sociedade ocidental; e Indursky (2011), quanto à repetibilidade discursiva. Espera-se, assim, problematizar a (ilusória) transparência da linguagem, refletir como os conceitos são históricos e implicados em uma ordem do discurso de/do poder. Deseja-se, com este trabalho, contribuir para uma compreensão de como, em nossas sociedades ocidentais, circulam os discursos sobre a prostituição.