Atributos químicos, físicos e agronômicos de cana-soca submetida a níveis de palhiço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, João Alfredo Neto da lattes
Orientador(a): Souza, Cristiano Márcio Alves de lattes
Banca de defesa: Vitorino, Antonio Carlos Tadeu lattes, Mauad, Munir lattes, Cortez, Jorge Wilson lattes, Leme Filho, José Rubens Almeida lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Agronomia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/451
Resumo: As vantagens obtidas com o palhiço como cobertura do solo foram relatadas por diversas pesquisas, entretanto qual quantidade seria suficiente para se obter melhorias para a cultura ainda não foi definida com exatidão. A quantidade de palhiço que maximiza os benefícios para o solo e a cultura é informação de extrema importância, uma vez que determinara a quantidade a permanecer no campo, e o volume que pode ser usado em outros setores como a cogeração de bioeletricidade e a produção de bioetanol de segunda geração, obtendo-se assim, a máxima eficiência na conversão de energia solar pela cana-de-açúcar. Desta forma, objetivou-se com este trabalho avaliar o desenvolvimento da rebrota e a produtividade da cana-de-açúcar submetida a níveis de palhiço sobre o solo; à ação mecânica do enleirador em velocidades de trabalho, para épocas de colheita; os efeitos de níveis de palhiço sobre os atributos químicos e físicos de um Latossolo Vermelho distroférrico, em épocas de colheita. A área experimental foi conduzida em Dourados, MS, com cana-soca de terceiro corte, nas épocas 1 (variedade RB 855156, ciclo precoce), época 2 (variedade RB 835486, ciclo médio) e época 3 (variedade RB 835054 ciclo tardio). Em cada época de colheita promoveu-se o enleiramento do palhiço residual em quatro velocidades de trabalho (zero (manual); 7,1; 9,7; 11,6 e 14,2 km h-1) e manteve-se sobre o solo quatro níveis de palhiço (0; 5; 10 e 15 Mg ha-1). Foram avaliados a altura de plantas, o número de colmos, o diâmetro dos colmos, a produtividade (TCH) e dados obtidos das análises tecnológicas (Brix, AR da cana, Pol da cana e ATR). As amostras de solo para atributos químicos foram coletadas em todas as parcelas experimentais, nas profundidades de 0-5; 5-10; 10-20 cm, as amostras de solo indeformadas para avaliação dos atributos físicos do solo, foram coletadas nas profundidades de 0-5; 5-10; 10-15 e 15-20 cm, e a resistência do solo à penetração até 40 cm de profundidade, após a colheita da cana-deaçúcar em 2012, antes do estabelecimento dos níveis de palhiço (inicial) e após a colheita da soqueira na safra 2013 (final), ocorrida após 12, 12 e 9,5 meses nas épocas 1, 2 e 3, respectivamente. Para atributos químicos foram analisados os teores de pH (CaCl2), cálcio (Ca++), magnésio (Mg++), fósforo (P) disponível, potássio trocável (K), saturação por base (V%) e matéria orgânica (MO) e para atributos físicos do solo foram realizadas as seguintes determinações: densidade, macro e microporosidade do solo, porosidade total e resistência do solo à penetração. Os níveis de palhiço não influenciaram a produção de colmos na colheita de início e meio de safra e na colheita de final de safra obteve-se produção máxima de colmos com a manutenção de 5 Mg ha-1 de palhiço. Não houve efeito das velocidades de enleiramento na colheita de início de safra, na colheita de meio de safra obtiveram-se maiores produtividades de colmos nas velocidades de enleiramento de 7,1 e 14,2 km h-1, e na colheita de final de safra na velocidade de 14,2 km h-1. A produção de açúcares da cana por hectare não é alterada em função dos níveis de palhiço e das velocidades de enleiramento do palhiço. O recolhimento parcial do palhiço realizado uma única vez, não promoveu redução na produção de açúcares por unidade de área na safra seguinte. O enleiramento do palhiço a velocidades de até 14,2 km h-1, proporcionam maior capacidade operacional, sem redução na produção de colmos e açúcares em uma safra. Não houve aumento significativo nos teores dos nutrientes avaliados nas camadas superficiais do solo, após um ano de cultivo, mesmo com a manutenção de 15 Mg ha-1 de palhiço e não houve incremento nos valores de matéria orgânica avaliados nas camadas superficiais do solo, após um ano de cultivo, mesmo com o recolhimento total do palhiço, independente da época de colheita da cana. Desta forma sugere-se a possibilidade de realizar o recolhimento parcial do palhiço para outros usos sem afetar os atributos químicos do solo, na safra seguinte. Para as três épocas avaliadas, as parcelas com resíduos de palhiço distribuídos na superfície do solo pela colheita mecânica de cana crua ocorreu redução na densidade, microporosidade e porosidade total do solo e aumento da macroporosidade do solo, após um ano de avaliação. Os valores de densidade do solo foram elevados, mas não impeditivos ao crescimento da planta; nas três épocas de colheita e em todos os níveis de palhiço avaliadas. As quantidades de resíduos vegetais distribuídos na superfície do solo não apresentaram diferença para a resistência à penetração do solo, após um ano de avaliação.