Educação do campo e questão agrária: a práxis pedagógica em alternância da Escola Família Agrícola Rosalvo da Rocha Rodrigues (EFAR)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Assunção, Adenilso dos Santos lattes
Orientador(a): Camacho, Rodrigo Simão lattes
Banca de defesa: Bernardelli, Mara Lúcia Falconi da Hora lattes, Almeida, Rosemeire Aparecida de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4504
Resumo: Esta dissertação, cujo recorte de pesquisa é um tema da grande área da Geografia Agrária, desenvolve uma reflexão sobre a Educação do Campo em Mato Grosso do Sul a partir da análise da Escola Família Agrícola Rosalvo da Rocha Rodrigues (EFAR), atualmente, territorializada no Assentamento São Judas, no município de Rio Brilhante - MS. Inicialmente, fizemos uma análise sobre os processos históricos que produziram o agrário de Mato Grosso do Sul, enfatizando as condições que materializaram a valorização do agronegócio na contemporaneidade em detrimento da agricultura camponesa no que se refere às políticas públicas, dentre elas, a reforma agrária e a educação para as escolas do Campo. Como suporte teórico da pesquisa, trabalhamos na perspectiva do materialismo histórico dialético, como método, analisando os diferentes Paradigmas da Geografia Agrária e a forma como embasam concepções distintas sobre o campesinato. Compreendemos que esses sujeitos resistem e se recriam na luta de classes como parte de um processo contraditório, que envolve resistência e subalternidade, inerente ao processo de desenvolvimento do capitalismo no campo brasileiro. Enfatizamos, a partir da adoção do Paradigma da Questão Agrária (PQA), que a recriação camponesa se exprime como importante argumentação teórica e prática que justifica uma proposta de Educação do Campo centrada nos valores materiais e imateriais camponeses e que contribua, dialeticamente, com a resistência desses sujeitos em seus territórios, dialogando com seus saberes-fazeres. Para compreender a práxis da Educação do Campo, analisamos a Pedagogia da Alternância enquanto possibilidade de engendrar um projeto educativo crítico-emancipatório junto aos camponeses-assentados. Refletimos acerca da práxis pedagógica da experiência de Educação do Campo produzida pela Escola Família Agrícola Rosalvo da Rocha Rodrigues (EFAR). A pesquisa envolveu como metodologia a discussão teórica, observação de campo, entrevistas e análise documental. Discutimos a persistente concentração de terras no campo de Mato Grosso do Sul, determinante para a hegemonia do agronegócio, que fomenta os conflitos e as disputas territoriais com a agricultura camponesa, e, concomitantemente, refletimos sobre o projeto de Educação do Campo condizente com a proposta defendida pelos camponeses e seus movimentos socioterritoriais. Consideramos, portanto, que a Educação do Campo desenvolvida pela EFAR é um fazer pedagógico condizente com os pressupostos teórico-político-ideológicos da Educação do Campo, relacionando-se de maneira dialética/dialógica com o trabalho familiar camponês, seu modo de vida, seus saberes-fazeres, sua identidade territorial e de classe social, auxiliando no processo de desenvolvimento territorial, resistência e reprodução material e simbólica dos sujeitos na terra/território de trabalho e de vida.