Toxicidade, efeitos comportamentais e fisiológicos da exposição ao neonicotinóide tiametoxam na vespa eusocial Polybia paulista (Ihering, 1896) (Hymenoptera, Vespidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Batista, Nathan Rodrigues lattes
Orientador(a): Antonialli Junior, William Fernando lattes
Banca de defesa: Fernandes, Wedson Desidério lattes, Cardoso, Claudia Andrea Lima lattes, Paula, Michele Castro de lattes, Domingues, Caio Eduardo da Costa lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Biodiversidade e Meio Ambiente
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5634
Resumo: Os neonicotinóides estão entre os inseticidas mais utilizados para o combate a insetos considerados pragas agrícolas, entretanto estudos apontam que a exposição a estes inseticidas afeta organismos não-alvo tanto a nível individual, com alterações comportamentais e fisiológicas, quanto a nível colonial no caso dos insetos sociais. Apesar das evidências dos efeitos prejudiciais da exposição aos neonicotinóides em abelhas, as consequências às vespas sociais carecem de estudos. Vespas sociais possuem grande importância, ecológica e econômica como insetos predadores de uma grande diversidade de outros insetos, muitos deles considerados pragas agrícolas, além de também consumirem recursos florais como o néctar e consequentemente estarem susceptíveis a exposição neste processo. Neste estudo, nós investigamos os efeitos decorrentes da exposição ao inseticida neonicotinóide tiametoxam na vespa social Polybia paulista. Primeiramente, desenvolvemos um protocolo de manutenção para as vespas em laboratório e por meio de exposição aguda obtivemos a dose letal tópica e oral (DL50). A partir destas doses, nós avaliamos os efeitos da exposição aguda a doses subletais sobre o comportamento de locomoção das operárias forrageadoras. Posteriormente, obtivemos a concentração letal média (CL50) e a partir desta concentração realizamos experimentos para avaliar o tempo letal médio (TL50) de operárias quando expostas as concentrações subletais. Para avaliar as consequências da exposição crônica a tais concentrações, realizamos gravações de vídeos e analisamos a locomoção das vespas em diferentes tempos de exposição. Ainda conduzimos análises morfohistológicas para avaliar as consequências da exposição crônica no intestino médio e cérebro das vespas. Vespas expostas de forma aguda apresentaram DL50 oral de 0.4870 e 0.4456 ng i.a. / vespa (24 e 48h) e DL50 tópica de 1.0030 e 0.8246 ng i.a. / vespa (24 e 48h). Vespas expostas a doses subletais de forma agudas tiveram sua mobilidade prejudicada. A CL50 obtidas após 24h foi de 0.235 ng i. a. / µL, vespas expostas às concentrações subletais sobreviveram menos e se locomoveram significativamente menos do que vespas não expostas, independentemente do tempo de exposição testada. Este resultado também foi observado nas análises morfohistológicas do cérebro e intestino médio. Nossos resultados demonstram que P. paulista é tão sensível quanto outras espécies não-alvo à exposição ao tiametoxam, e que a exposição a doses e concentrações subletais diminuem significativamente a sobrevivência, bem como a locomoção de operarias e causam danos morfohistológicos à forrageadoras de P. paulista. Concluímos que vespas sociais podem ser tão susceptíveis quanto outros insetos não-alvo à exposição aos neonicotinóides, com seu comportamento e órgãos prejudicados em virtude da exposição.