Capitu e a construção da ambiguidade imagética de Dom Casmurro na TV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Evelin Gomes da lattes
Orientador(a): Oliveira, Paulo Custódio de lattes
Banca de defesa: Dantas, Gregório Foganholi lattes, Machado Filho, Francisco lattes, Goettert, Jones Dari lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1212
Resumo: O presente trabalho estuda a relação entre a Literatura e a Televisão, tendo como objeto de pesquisa a microssérie Capitu (2008), adaptação televisiva do livro Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis. O interesse no tema parte do pressuposto de que, atualmente, a Literatura é constantemente convidada a dialogar com diversos suportes midiáticos da contemporaneidade, o que torna urgente a compreensão dos impasses da transcriação e transcodificação de obras literárias para outros meios. Alicerçados pelos estudos de Linda Hutcheon (2013), sobre o processo de uma adaptação, entendemos que em Capitu (2008) existe um método de reinterpretação e de recriação. Tal técnica é resultado do desenvolvimento de mecanismos internos (de conteúdo, de linguagem e de forma) condizentes com seu campo de atuação. Constitui-se, portanto, como uma obra independente. Nesta investigação foi realizada uma pesquisa qualitativa, com uma abordagem descritiva-explicativa, tendo como fundamentação teórica o estudo das linguagens literária e audiovisual. Assim foram identificados, descritos e analisados os recursos linguísticos e artísticos utilizados pela produção. Além disso, passaram por avaliação os artifícios visuais, as convenções estéticas, os modos narrativos e os recursos de composição audiovisual empregados pelo meio de comunicação ao adaptar para a TV a linguagem ambígua presente na obra de Machado de Assis. Críticos literários nacionais e internacionais formaram o aporte teórico para a compreensão do conceito de ambiguidade, presente na essência da escrita do narrador de Dom Casmurro. São eles: José Veríssimo (1900), Alfredo Pujol (1917), Mário Matos (1939), Alcides Maya (1942), Lúcia Miguel Pereira (1955), Augusto Meyer (1956), Helen Caldwell (1960), Antonio Candido (1977), Helder Macedo (1991), Silviano Santiago (2000), Roberto Schwarz (2006) e John Gledson (2006). Os textos do pesquisador Salvatore D’Onofrio (2006) complementam as análises sobre os estudos de tipologia e da característica do narrador protagonista, que conduz tanto a narrativa literária quanto a adaptação televisiva. Por fim, o trabalho demonstrou que a partir do emprego de técnicas audiovisuais (planos, cortes, composições e movimentos cinematográficos) a câmera de Capitu (2008) desempenhou um papel provocador. De tal forma que ao evidenciar na tela as particularidades abstratas que caracterizam e compõem a essência conflituosa dos narradores literário e audiovisual a câmera foi capaz de instigar novas interpretações dos leitores-telespectadores. Para tanto, esta pesquisa recorreu aos estudos Gilles Deleuze (1985), Hélio Seixas Guimarães (1995), Eugênio Bucci (2000), Valter Bonasio (2002), Tânia Pellegrini (2003), Antonio Costa (2003), Rudolf Arnheim (2005), Jorge Monclar (2009) e Renato Luiz Pucci Júnior (2011). As reflexões de tais autores conduziram o caminho investigativo para o entendimento da construção da ambiguidade imagética de Dom Casmurro na televisão.