A Fluorescência e a temperatura da corola de Tropaeolum majus L. (Tropaeolaceae) interferem na abundância de abelhas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fioratti, Claudemir Antonio Garcia lattes
Orientador(a): Mussury, Rosilda Mara lattes
Banca de defesa: Falcão, Evaristo Alexandre lattes, Alves Junior, Valter Vieira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
Departamento: Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5260
Resumo: Algumas espécies de plantas possuem a capacidade de produzirem flores de diferentes tonalidades, desde o amarelo ao vermelho, como é o caso de Tropaeolum majus. Essa diversidade de cores das flores decorre da presença de metabolitos secundários que absorvem os raios UV e emitem as cores das pétalas. Sendo assim, as abelhas adaptaram sua visão a alterações de emissão UV, e com isso conseguem identificar as flores a longas distâncias. Diante disso, poucos trabalhos têm abordado a relação entre a cor da corola e os visitantes florais, por isso o presente trabalho teve como objetivo, verificar se existe relação entre as diferentes cores da corola de T. majus e a abundância de abelhas visitantes, utilizando a espectroscopia de fluorescência óptica e análise climática. Na área experimental observamos as abelhas que visitavam flores de T. majus, bem como a temperatura e coloração das flores visitadas e as condições climáticas do dia no período de sete semanas. Nos transectos de T. majus foram encontradas um total de 1.035 de abelhas das espécies Apis mellifera, Paratrigona lineata e Trigona spinipes, sendo esta última mais ativa nas visitações. Quando observado a cor da corola, as flores de cor amarelo e laranja receberam mais visitantes, especialmente de A. mellifera e T. spinipes. Dentre os horários preferido pelas abelhas, T. spinipes preferiu os três diferentes horários (9h00 às 10h00; 12h00 às 13h00 e das 14h00 às 15h00) diferindo significativamente das demais, entretanto, A. melliferira preferiu o horário da manhã (9h00 às 10h00) para realizar suas visitações. Para os testes de correlação observamos que a abundância de espécies de abelhas visitantes e a temperatura média da corola de diferentes cores foi considerada positiva e significativa entre T. spinipes e flores laranja, A. melífera e flores laranja com vermelho e vermelho e entre P. lineata e flores vermelho, onde a abundância de abelhas aumentava, quando aumentava a temperatura da corola das flores. Para a correlação da abundância de espécies de abelhas visitantes com as condições climáticas (temperatura, umidade relativa e velocidade do vento) em diferentes horários do dia, observamos uma correlação positiva e significativa apenas entre T. spinipes e a temperatura das 9h00 às 10h00, entretanto, das 12h00 às 13h00 T. spinipes houve correlação positiva e significativa com todas as condições climáticas do dia, enquanto que para o horário das 14h00 às 15h00, apenas P. lineata houve uma correlação positiva e significativa com a temperatura do dia. Para os testes de fluorescência, os extratos das flores foram medidos em duas configurações experimentais diferentes. A primeira consistiu em obter melhores resoluções de espectros de fluorescência e entender os mecanismos vegetais envolvidos nelas. O segundo objetivou simular a exposição das flores de T. majus à luz solar. Como resultado as flores de cor laranja e amarelo apresentaram temperaturas e emissões de fluorescência mais altas do que as vermelhas e aquelas com guias de néctar, amarelo com vermelho e laranja com vermelho. As flores laranja emitiram um espectro UV de banda larga (entre 475 e 800 nm). Esse intervalo pode ser devido a compostos como ácido hidroxicinâmico, flavonóis, isoflavonóides, flavonas, ácido fenólico e clorofila. Extratos de diferentes cores da corola mostraram que as flores emitem sinais fluorescentes específicos, principalmente relacionados à visão e aprendizado das cores pelas abelhas, atuando assim como meio de comunicação entre as abelhas e as flores. Sendo assim, conclui-se que as características da cor da corola interferem a abundância de espécies de abelhas visitantes, assim como existe uma relação entre as visitas das abelhas com os compostos florais presentes nas diferentes cores das flores, sendo o composto kaempferol o mais abundante nas flores laranja o responsável pela maior emissão de fluorescência dessas flores, e consequentemente, sendo as florais mais visitadas pelas espécies de abelhas presentes nos transectos de T. majus.