Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Leme, Simone Maria
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Orientador(a): |
Mizusaki, Márcia Yukari
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Banca de defesa: |
Fabrini, Joao Edmilson
,
Souza, Jose Gilberto de
,
Costa, Edgar Aparecido da
,
Oliveira, Ariovaldo Umbelino de
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Geografia
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4502
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Resumo: |
O campesinato sul-mato-grossense apresenta uma pluralidade de sujeitos sociais, que é representada por diferenças socioeconômicas e culturais. Nesta pesquisa, partimos da hipótese de que o campesinato, apesar da diversidade de sujeitos, tem elementos de permanência que mantêm a sua unidade. Tais elementos têm como centralidade a terra de trabalho e morada e têm revelado enorme capacidade de recriação de estratégias de resistência no campo, mesmo em um contexto de intensificação da agricultura capitalista, que pode provocar processos de expropriação do campesinato e sua proletarização, mas também processos de recriação e reprodução camponesa. Esse pressuposto se fundamenta na análise de múltiplas determinações que permitiram compreender as estratégias de reprodução camponesa, revelando os circuitos de comercialização como importantes para a permanência no campo. O recorte territorial da pesquisa compreende duas colônias originadas historicamente por distintos processos (i)migratórios: a Colônia Pulador, localizada no município de Anastácio-MS e constituída, em sua maioria, por migrantes nordestinos; e a Colônia Jamic, localizada no município de TerenosMS e formada por imigrantes japoneses. Ambas contam com processos históricos de formação camponesa, porém constituem modalidades distintas de reprodução do campesinato, que foram analisadas com o objetivo de identificar como os processos de reprodução camponesa se materializaram nas áreas da pesquisa, partindo da verificação de diferentes estratégias de resistência desenvolvidas pelo campesinato. Como objetivos específicos buscamos: analisar as estratégias de resistência adotadas no interior das unidades de produção camponesa; compreender os mecanismos de apropriação da renda produzida pelo campesinato; identificar os recursos adotados para aumentar a autonomia na produção e na comercialização camponesa; caracterizar as relações sociais desenvolvidas em âmbito comunitário; e entender os processos de diferenciação que ocorrem em meio ao campesinato. Para a coleta de dados, utilizou-se a pesquisa qualitativa, partindo de observações de campo e aplicação da técnica de entrevista a partir da história oral de camponeses das áreas de pesquisa. Evidenciamos que as estratégias de resistência (diferentes práticas desenvolvidas no campesinato em suas múltiplas determinações – social, econômica, política e cultural), revelam-se na dinâmica do território e nos permitem compreender os processos de reprodução camponesa na contemporaneidade. Dessa forma, entendemos que as estratégias de resistência são fundamentais para a reprodução desses sujeitos sociais, para indicar a autonomia relativa do campesinato nos processos de produção e comercialização e para compreender os processos de diferenciação que ocorrem entre as unidades de produção, resultando na diversidade de sujeitos sociais encontrados no campo. Porém, apesar dessa diversidade, o campesinato sul-mato-grossense mantém características que podem ser encontradas em todas as comunidades, como a luta cotidiana pela permanência na terra de trabalho e morada, a atuação da família na organização das atividades produtivas e o vínculo cultural e comunitário – elementos que caracterizam o modo de vida camponês. |