Tradução e mediação: o corpo em Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar e de Luiz Fernando Carvalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Wanessa Gonçalves lattes
Orientador(a): Rassier, Luciana Wrege lattes
Banca de defesa: Andacht, Fernando Torres lattes, Silva, Marcia Ivana de Lima e lattes, Zilly, Berthold Karl lattes, Weininger, Markus Johannes lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Estudos da Tradução
Departamento: Centro de Comunicação e Expressão
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/2694
Resumo: Esta tese tem por objetivo demonstrar que a tradução caracteriza-se por um processo e um produto oriundo de mediação sígnica não limitado à esfera verbal, ou seja, aos signos linguísticos, podendo ocorrer por intermédio do corpo e da adaptação cinematográfica. A fim de discutir a tradução do ponto de vista semiótico, empreendemos a análise do romance Lavoura arcaica (1975), de Raduan Nassar, e do filme homônimo (2001), de Luiz Fernando Carvalho, com base, principalmente, na teoria semiótica de Charles S. Peirce (1931-1958), tomando o processo de mediação realizado pelo signo como ponto chave de nossa análise, nas reflexões de Shusterman (2008) e de Varela, Thompson e Rosch (1991) sobre a relação do corpo com a cognição, no pensamento de Gil (1997, 2002) e de Pavis (2003) sobre o corpo em performance e nos estudos de Hutcheon (2013) e Stam (2000, 2006, 2008) sobre as adaptações. Por meio da análise do romance Lavoura arcaica, evidenciamos o corpo dos personagens como um espaço de mediação de informações no qual signos, significados e tradução são produzidos. Do mesmo modo, ao analisarmos o filme dirigido por Carvalho, verificamos que a adaptação cinematográfica ocorre devido a mediações sígnicas realizadas pelo diretor, pela equipe técnica e pelos atores durante um longo e repleto de especificidades processo criativo, sendo um tipo de transposição de um sistema de signos para outro e, consequentemente, tradução da obra literária. Aliando a análise do Lavoura arcaica, romance e filme, à discussão da noção de tradução cunhada por Jakobson (1959/2012) sob a perspectiva da semiótica, concluímos que toda tradução é, em si, um processo e um produto de mediação entre signos, independente de se realizar entre sistemas de signos verbais ou não verbais, passível de acontecer por meio do corpo e da adaptação para o cinema.