Literatura e filosofia: alteridade e dialogismo poético nas obras Lavoura Arcaica e Um Copo de Cólera, de Raduan Nassar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Jesus, Ana Carolina Belchior de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-25022013-100351/
Resumo: O estudo das obras de Raduan Nassar constitui-se de um trabalho a respeito da linguagem poética pautada no exercício dialógico entre as personagens. Segundo o pensamento de Emmanuel Lévinas uma relação pautada na ética exige um olhar para o rosto do outro e dessa relação tem-se a responsabilidade, uma apreensão da subjetividade exteriorizada e não mais contida no ser. Nesse caminho analisam-se os personagens protagonistas das obras Lavoura Arcaica (1975) e Um copo de cólera (1978) que estão durante toda narrativa em relação de descoberta e devir. Vistos como personagens conceituais ou filosóficos, na concepção de Deleuze e Guattari, André, adolescente em busca de hospitalidade e alteridade na relação com o outro, traz em sua composição traços de impessoalidade, refletindo sua condição não recaindo sobre si, mas estendendo para um fora, o neutro de Blanchot que considera essa possibilidade de abertura como espaço para o um outro acontecimento. O chacareiro, da segunda obra, também em exercício dialógico, porém não poético compõe de atos de enunciação que tratam de seu percurso histórico-social e pessoal. Diante de sua interlocutora trava um embate que permeia as leis da hospitalidade frente ao acolhimento e inabitação da morada, do lugar de pertença.