Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Faria, Adriana Horta de
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Orientador(a): |
Sarat, Magda Carmelita Sarat
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Banca de defesa: |
Sá, Elizabeth Figueiredo de
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Gonçalves, Josiane Peres
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Furtado, Alessandra Cristina
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Ziliani, Rosemeire de Lourdes Monteiro
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5352
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Resumo: |
O objetivo desta pesquisa, vinculada ao programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Grande Dourados na linha História da Educação, Memória e Sociedade, foi compreender os aspectos históricos e sociais das relações de gênero envolvendo a atuação masculina na organização escolar de Mato Grosso do Sul. A tese defendida é que homens cujas carreiras na educação foram iniciadas na condição de professores de crianças podem se interessar pelo trabalho na gestão escolar pela necessidade de atender a expectativas pré-estabelecidas de estarem em uma figuração que lhes oferece melhores retribuições financeiras, status e poder de decisão e que prerrogativas masculinas colaboram para o alcance de seus objetivos. Em busca de problematizar e analisar as relações envolvidas, foram utilizadas, como fonte de pesquisa, memórias de três professores autoidentificados como homens, que atuaram em início de carreira com crianças e seguiram para áreas de gestão escolar. Metodologicamente, tratou-se, então, de uma pesquisa de História de Vida, tendo como instrumento para a coleta de dados a História Oral Temática, pautada em entrevistas semiestruturadas, gravadas em aúdio e vídeo, transcritas e textualizadas. Quanto ao referencial teórico recorreu-se a Norbert Elias, em especial aos seus conceitos de figuração, interdependência e poder. O estudo abrangeu os municípios sul-mato-grossenses de Iguatemi, Japorã, Mundo Novo e Naviraí, entre os anos de 1987 e 2018, período no qual os colaboradores da pesquisa estiveram em funções na gestão escolar. As lembranças compartilhadas pelos professores são, pois, inserções sociais, e mesmo que atribuídas a um indivíduo, constituem a memória de todo um grupo e suas redes de interdependência, demonstrando o transpassar das relações de gênero e as prerrogativas das masculinidades em suas experiências. Foi possível inferir que as relações de gênero influenciaram na história da educação de Mato Grosso do Sul, visto alguns dos homens da região pesquisada terem visto no trabalho docente com as crianças uma forma de entrada no mercado de trabalho, porém, criaram estratégias para deixarem essa figuração e irem para campos de atuação que lhes oferecessem maior visibilidade, status, salários e oportunidades para exercitar o poder de mandar e controlar, atendendo a concepções historicamente construídas de um homem bemsucedido. Entretanto, foi constatado também certo sofrimento entre eles, diante dos esforços, por vezes assombrosos, de alcançar a masculinidade para a qual foram educados e formados. |