Estudo da propagação da Plinia glomerata (O. Berg) Amshoff (Myrtaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pinto, Fernanda lattes
Orientador(a): Santos, Silvia Correa lattes
Banca de defesa: Damiani, Claudia Roberta lattes, Mussury, Rosilda Mara lattes, Masetto, Tathiana Elisa lattes, Martins, Wesley Alves lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Agronomia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/458
Resumo: A Plinia glomerata (O. Berg) Amshoff é uma das espécies frutíferas pertencentes à família Myrtaceae, conhecida popularmente como “cabeludinha” ou “jabuticabaamarela”. A espécie é nativa da Mata Atlântica e encontra-se naturalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e na região sul de Minas Gerais. Contudo, ainda são escassos os estudos sobre a propagação desta espécie. No Capítulo 1, avaliou-se diferentes tratamentos para promover a germinação de sementes de P. glomerata. Utilizou-se 75 sementes por tratamento sendo divididas em 3 repetições de 25 sementes, em um delineamento experimental inteiramente casualizado nos dois experimentos. No experimento 1 foram realizados sete tratamentos: controle, imersão em solução aquosa de GA3 (250 mg L-1) por 24h, imersão em solução aquosa de GA3 (500 mg L-1) por 24h, imersão em solução aquosa com 5mL de Stimulate® Kg -1 de sementes. No experimento 2 foram realizados sete tratamentos com diferentes doses de Stimulate® Kg -1 de sementes: controle, 5 mL, 10 mL, 15 mL, 20 mL, 25 mL e 30 mL. A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada por meio dos seguintes testes de germinação e vigor: germinação, índice de velocidade de germinação, comprimento de plântulas, massas fresca e seca das plântulas. Com relação a comprimento, massa fresca e massa seca, houve diferenças estatísticas significativas entre os tratamentos realizados, 250 e 500 mg L-1 de GA3 e 5mL Kg -1 de semente de Stimulate®. A utilização de 250 e 500 mg L-1 de GA3 proporcionaram melhores resultados para as três variáveis analisadas. As doses de 15 a 25 mL de Stimulate® Kg -1 de sementes proporcionaram incremento para todos os parâmetros analisados. Tanto o ácido giberélico na concentração de 250 mg L-1 quanto doses de 15 a 25 mL de Stimulate® Kg -1 de sementes são eficientes na superação da dormência de sementes de P. glomerata No Capítulo 2, como tentativa de elucidar o comportamento das sementes de P. glomerata quanto à tolerância a dessecação visando à sua conservação a longo prazo, objetivou-se avaliar os efeitos da secagem lenta sob temperatura ambiente e rápida com sílica gel no potencial fisiológico das sementes. Os frutos foram coletados no final do mês de novembro/2015, no pomar da área de Fruticultura da UFGD. Para o estudo da sensibilidade à dessecação, realizou-se a redução do nível de hidratação das sementes visando a obtenção de teores de água de 30, 25, 20, 15, 10 e 5%, por meio de secagem com sílica gel (rápida) e secagem em condições de laboratório (lenta) (25 ± 2°C e 35 UR%). Para avaliação do potencial fisiológico das sementes foram realizados os testes de: teor de água, porcentagem de plântulas normais, índice de velocidade de germinação, comprimento de plântulas, massa fresca e massa seca de plântulas. O delineamento foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial (2 tipos de secagens x 6 teores de água). As sementes de P. glomerata são sensíveis à dessecação e à redução do teor de água. A partir de 20% tanto na secagem rápida quanto lenta há prejuízo no potencial fisiológico das sementes com a redução do acúmulo de massa fresca e seca nas plântulas. No Capítulo 3, objetivou-se realizar a germinação in vitro de sementes de P. glomerata utilizando diferentes concentrações de ácido giberélico, a organogênese in vitro de explantes foliares com diferentes concentrações de BAP combinado com ANA e a análise histológica dos calos. Para a germinação in vitro, foram realizados dois experimentos: 1) sementes foram primeiramente embebidas por 24 horas em água estéril antes da assepsia em hipoclorito de sódio e 2) sementes primeiramente foram desinfestadas e depois embebidas por 24 horas em água estéril. Foi utilizado o meio de cultura MS para a germinação in vitro com diferentes concentrações de GA3: tratamento controle, sem adição de regulador vegetal; 0,5; 1,0; 2,0; 5,0 e 10,0 mg L-1 de GA3. Para a organogênese foram utilizadas folhas de plântulas germinadas in vitro. Os explantes foram inoculadas em meio MS em seis tratamentos: 0; 0,1; 0,25; 0,5; 1,0 e 2,0 mg L-1 de BAP, todos combinados com 0,1 mg L-1 de ANA. Para a análise histológica de calos foram utilizados calos cultivados em meio MS suplementados com 1,0 mg L-1 de BAP e 0,1 mg L-1 de ANA e fixados em F.A.A. 50 por 48 horas e transferidos para álcool etílico 70. As amostras foram seccionadas no sentido transversal na espessura de 5 μm com auxílio de um micrótomo e coradas com azul de toluidina 0,05% em fosfato tampão 0,1 M (pH 6,8). Após 30 dias de cultivo in vitro, verificou-se que nas sementes do experimento 1, houve a emissão da raiz primária e parte aérea. No entanto, não houve germinação em nenhum tratamento com GA3 do experimento 2. Para porcentagem de germinação in vitro, observou-se um incremento na germinação proporcional ao aumento da concentração, variando entre 2,5% no tratamento controle e 85% na concentração de 10 mg L-1 de GA3, demostrando que as sementes de P. glomerata necessitam de aplicação exógena desse regulador vegetal para otimizar a germinação. Na organogênese, 92% de explantes apresentaram calos quando se utilizou 1,0 mg L-1 de BAP e 0,1 mg L-1 de ANA.