Prevalência e fatores associados à sífilis em populações vulneráveis em tempos de pandemia Covid-19
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Enfermagem - FEN (RMG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Enfermagem (FEN) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/13520 |
Resumo: | Durante a pandemia da COVID-19, programas/serviços de diagnóstico, tratamento e prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (IST) foram interrompidos ou desacelerados para o redirecionamento dos esforços materiais e de recursos humanos para o controle da crise sanitária, comprometendo, assim, a estratégia global de eliminar a sífilis como problema de saúde pública. Nosso estudo foi ao encontro dessa lacuna durante a pandemia e rastreou a sífilis em populações vulneráveis. A proposta deste estudo foi avaliar a prevalência e fatores de risco associados a sífilis em grupos populacionais vulneráveis socialmente e economicamente em Goiânia-Goiás. A população estudada foi composta por 635 indivíduos que viviam em Goiânia, Goiás: pessoas LGBTQIAP+, imigrantes e refugiados, pessoas em situação de rua e catadores de resíduos recicláveis. Todos foram entrevistados sobre dados sociodemográficos e comportamentos de risco para as IST. A seguir, amostras de sangue foram coletas e testadas para anti-T. pallidum pelo teste rápido (TR) e amostras positivas foram submetidas ao VDRL, utilizando-se kits comerciais. Foi considerado sífilis na vida aqueles que apresentassem positividade no TR e sífilis ativa títulos ≥ 1/8. Para análise dos dados, foram utilizados testes não paramétricos, conforme apropriado. Análise de regressão de Poisson foi utilizada para identificação de variáveis associada a sífilis. A análise foi realizada por subgrupos, especificando as diferenças existentes em cada população. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. A maioria dos indivíduos era do gênero masculino (53,2%), solteiros (58,8%), de cor preta ou parda (75,9%). A mediana de idade, anos de escolaridade e renda mensal foi de 33 anos, 10 anos de estudo e R$ 1.200,00, respectivamente. A prevalência geral de sífilis na vida foi de 17%, variando de 7,6% em imigrantes/refugiados a 36,7% em pessoas LGBTQIA+. Já a prevalência de sífilis ativa foi de 5%, variando de 1,8% em catadores de material reciclável a 15,2% em pessoas LGBTQIA+. A análise de fatores associados a sífilis na vida revelou uma prevalência maior de IST para todos os subgrupos estudos. Para os catadores de material reciclável, o avançar da idade, gênero feminino e uso de drogas ilícitas foram variáveis associadas a sífilis na vida, enquanto para as pessoas em situação rua a escolaridade foi um fator protetor e sexo transacional um fator preditor de sífilis. Os resultados desse estudo ratificam a elevada prevalência de sífilis em populações vulneráveis socioeconomicamente. Contudo, deve-se considerar as especificidades de cada subgrupo no planejamento e execução de estratégias de prevenção das IST. |