Análise do padrão do uso de medicamentos em idosos no município de Goiânia, Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SANTOS, Thalyta Renata Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Ciências da Saúde - Medicina
BR
UFG
Mestrado em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/1745
Resumo: Introdução: A maior convivência com doenças crônicas faz dos idosos grandes usuários de serviços de saúde e possivelmente o grupo mais medicalizado da sociedade. Nesse contexto surgem sérios problemas, como o uso de vários medicamentos concomitantemente (polifarmácia) que pode levar a sérias consequencias à saúde do idoso. Pode ser citada também a prática da automedicação, que pode acentuar os riscos relacionados aos medicamentos prescritos, retardar um diagnóstico e mascarar uma doença. Além disso, têm-se o uso de medicamentos considerados impróprios para o idoso, seja por redução da eficácia terapêutica ou por um risco aumentado de efeitos adversos que superam seus benefícios. Objetivo: Analisar o padrão do uso de medicamentos em idosos no município de Goiânia, Goiás e associá-lo com aspectos socioeconômicos e com a autopercepção de saúde. Métodos: Estudo de base populacional e delineamento transversal, que avaliou o uso de medicamentos em idosos no município de Goiânia-GO. Foram coletados dados de 934 idosos no período entre dezembro/2009 e abril/2010. No questionário aplicado havia questões sobre medicamentos, além de informações sobre autopercepção de saúde e o perfil socioeconômico. Os medicamentos usados pelos idosos foram classificados segundo o Anatomical Therapeutic and Chemical Classification-ATC. Os medicamentos impróprios para idosos foram identificados segundo Critério de Beers-Fick. Utilizou-se Teste de Mann Whitney (U) e Qui-quadrado, considerando significativo p<0,05. Resultados: Dos 934 idosos participantes do inquérito, 783 (83,8%) responderam completamente ao questionário. Esses 783 idosos usavam 2.846 medicamentos (3,63 medicamentos/idoso). As mulheres usavam mais medicamentos que os homens (3,94 e 3,06 respectivamente, p<0,001). Os medicamentos mais usados atuam no aparelho cardiovascular (38,6%). A prevalência de polifarmácia foi de 26,4% e 35,7% dos idosos relatou praticar automedicação. Os medicamentos mais usados por automedicação foram os analgésicos (30,8%). Segundo os critérios de Beers-Fick, 24,6% dos idosos usava pelo menos um medicamento considerado impróprio, 90,2% desses medicamentos era proveniente de uma receita médica atual. Os medicamentos impróprios mais usados foram os benzodiazepínicos (34,2%). Mulheres, viúvos, idosos com 80 anos ou mais e os que apresentaram pior autopercepção de saúde praticavam mais a polifarmácia (p<0,05). Idosos com menor escolaridade e com pior autopercepção de saúde praticavam mais a automedicação (p<0,05). Conclusões: Os resultados desse estudo mostraram que o padrão do uso de medicamentos por idosos goianieneses foi semelhante ao encontrado em idosos de outras regiões do Brasil. Visto que o número de medicamentos usados, a prevalência das práticas da polifarmácia e automedicação e o uso de medicamentos impróprios estiveram dentro da média nacional. Mulheres, viúvos, idosos com 80 anos ou mais e aqueles que consideram sua saúde como ruim praticavam com maior frequência a polifarmácia; a maior prática da automedicação esteve associada com uma menor escolaridade e uma pior autopercepção de saúde.