A confissão como estratégia de restrição na poética de Carlos Drummond de Andrade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Beltrão, Larissa Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Letras - FL (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/4862
Resumo: Ao longo deste trabalho, temos como objetivo evidenciar a relevância do processo contingencial para a produção poética de Carlos Drummond de Andrade. Tencionamos investigar, por meio de parte de sua obra, que as restrições impostas por ele, durante o fazer poético, são cruciais para o resultado de sua criação artística. Ademais, colaboram, de forma direta, para a afirmação de sua pretensão de dizer a vida a partir de sua poesia. Como procedimento metodológico, partimos de três de seus mais célebres poemas, Confidência do itabirano, Infância e Sentimento do mundo, bem como de algumas declarações do próprio poeta, relacionadas ao seu fazer poético, com o intuito de destacar as linhas instauradas na escrita drummondiana. Esta encontra nas impossibilidades uma situação privilegiada, pois são, exatamente, as autorrestrições, impostas pelo poeta, que lhe conferem uma enorme gama de possibilidades de dizer-se, inventar-se e, principalmente, confessar-se por intermédio de seus versos. As restrições às quais o poeta submete-se, ao longo de seu processo de criação, são colocadas em cena a partir de alguns elementos, tais como: fatos, situações, lugares e pessoas. Ao reconhecer a vida como matéria de poesia, de acordo com a visão de Bakhtin (2010), o poeta coloca-nos, enquanto leitores, diante de uma obra imbuída de preocupação e valoração social, à medida que apresenta o poeta como alguém revestido de inquietação não somente estética, mas também social e política. Desse modo, observamos que a percepção de Drummond é aguçada pela perspectiva do olhar que ele lança tanto para dentro de si quanto para a captura resultante de cenas externas, uma vez que flagra os elementos citados anteriormente, remetendo-nos a uma obra que tem como fio de criação a vida humana, com suas virtudes e mazelas. Fundamentamos nosso trabalho em Arrigucci (2002), Bakhtin (2010), Elster (2009), Longino (1996) e Moraes Neto (2010).