"Mandatas coletivas": um estudo sobre feminismos, solidariedade e política institucional no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Gabriela Peixoto Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Ciências Sociais - FCS (RMG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Sociologia (FCS)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12606
Resumo: Novos formatos políticos de representação política têm ganhado destaque no Brasil, sobretudo de 2016 para cá. São os mandatos coletivos – às vezes grafados no feminino, como nos casos estudados nesta pesquisa -, candidaturas coletivas que se elegem e apresentam um jeito inédito de compartilhar um cargo legislativo, seja nas câmaras ou nas assembleias legislativas. Junto aos mandatos coletivos, uma nova configuração política também se apresenta, a entrada de ativismos nas instituições políticas, como as dos feminismos e movimentos LGBTTQIA+. Essa tese se debruça profundamente na interligação desses dois elementos: a atuação de mandatos coletivos feministas a partir de uma dimensão política solidária e o compartilhamento desta experiência nos espaços institucionais de poder. Com o objetivo de responder à pergunta (entre outras): a solidariedade pode ser o eixo fundamental que perpassa a distribuição do poder?, escolhi estudar os seguintes casos: Gabinetona (MG), Juntas (PE) e Mandata Ativista (SP) a partir das quais, investigo seus potenciais impactos nas casas legislativas com a presença de corporalidades que geralmente não se ascenderiam a esses lugares. A análise se fundamenta na teoria social feminista contemporânea em diálogo com algumas perspectivas epistemológicas das Ciências Sociais, predominantemente contemporâneas, a fim de relacionar categorias centrais como democracia, participação, representação, práxis feministas, solidariedade e conflito. A investigação, utilizando metodologia qualitativa, se desenvolveu a partir de procedimentos variados de campo - observação in loco da atuação das coparlamentares, acompanhamento de atividades nas plataformas online e entrevistas focalizadas com algumas das coparlamentares no período de 2019- 2021 - e análise documental e de matérias publicadas em sítios. As entrevistas presenciais (2019) e remotas (2021) foram gravadas e transcritas para posterior análise. Dentre as conclusões que o estudo permite, ressalto que, embora conflitos sejam inevitáveis na convivência plural no âmbito das instituições políticas em seus formatos tradicionais, as mandatas coletivas constroem ferramentas concretas para produção e reinvenção de uma nova política. Utilizando ou não a palavra solidariedade, as coparlamentares enfatizam seus vínculos por apreço à justiça social, unidas por uma luta social comum.