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Das infâncias naturalistas à infância histórica: um estudo à luz da crítica de L. S. Vigotski à psicologia infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Priscilla Menescal Vieira dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Educação - FE (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Psicologia (FE)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10372
Resumo: A infância tem sido tradicionalmente entendida pela psicologia como um dado inquestionável, universal e natural, em geral, apenas como uma etapa do desenvolvimento. Em algumas pesquisas recentes em produções acadêmicas de psicologia, há a presença frequente de duas principais definições de infância: a infância como etapa natural-biológica e a infância como uma construção sócio-histórica, em que predomina a definição de infância como etapa biológica, por nós denominada como infância naturalista, conforme a crítica de L. S. Vigotski ao naturalismo presente na psicologia infantil. No entanto, essas definições de infância também têm se mostrado como meras repetições irrefletidas, em que não sabemos o que significa dizer que a infância é uma etapa biológica ou mesmouma construção sócio-histórica. Neste trabalho, optamos pelo uso de concepções de infância por se tratar, conforme a definição de Santos (1996), de uma abstração de propriedades individuais definidas pelos valores da cultura. Assim, nos valemos da teoria histórico-cultural de L. S. Vigotski e seu conceito de cultura para abordamos as concepções de infância em dois aspectos: 1) os seres humanos como produtores de cultura e modos de vida, incluindo modos de vida da infância; 2) social e cultura como componentes da verdadeira fonte do desenvolvimento individual da criança. A nossa questão formulou-se da seguinte maneira: é possível verificar, em produções atuais, as principais características, bases teóricas e epistemológicas das concepções de infância que emergiram com a institucionalização da Psicologia? Portanto, o objetivo geral desse trabalho foi investigar como as concepções de infância, sobretudo, as concepções naturalistas se relacionaram com a Psicologia no momento de sua constituição como disciplina científica. Já os objetivos específicos foram: 1) identificar como foram constituídas as diferentes concepções de infância na história da modernidade; 2) construir um instrumento para identificação e análise de concepções de infância com base no texto El problema de La edad (Vigotski, [1932]2006); 3) analisar pesquisas de doutorado em psicologia que têm como objeto de estudo a infância, a criança e/ou o desenvolvimento infantil, publicadas entre os anos de 2010 a 2016, visando verificar quais foram as concepções de infância adotadas. Identificamos nesta pesquisa relações estreitas entre os problemas epistemológicos e metodológicos da disciplina psicológica e as concepções de infância que emergiram em seus momentos fundantes. As infâncias naturalistas são, além de outras características identificadas, concepções com estreitas alianças com as ciências naturais e apresentam forte cunho ideológico. Com a sistematização dos principais aspectos da crítica de Vigotski à ciência psicológica e à psicologia infantil, construímos um instrumento capaz de identificar e analisar concepções de infância em pesquisas de psicologia. Em nossas análises encontramos concepções naturalistas de infância em produções recentes, fundamentadas principalmente pelas teorias de Piaget, Freud e Jung. E também encontramos a concepção histórica de infância em três das nove pesquisas de doutorado analisadas, pautadas nas teorias psicológicas de Erik Erikson e de Urie Bronfenbrenner.