Perfil biopsicossocial e o efeito agudo do exercício físico sobre as variáveis cardiometabólicas em pessoas com diabetes tipo 2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Teles, Gabriela de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Educação Física e Dança - FEFD (RMG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Educação Física (FEFD)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12841
Resumo: O diabetes melittus é uma condição crônica e metabólica que atinge grande parte da população mundial, e o Brasil está entre os países com maior prevalência da doença. A hiperglicemia acarreta complicações crônicas micro e macro vasculares que estão associadas ao aumento de morbidade e redução da qualidade de vida. Há ainda evidências de que o diabetes tipo 2 (DM2) parece relacionar-se com a prejuízo na saúde mental, principalmente em sintomas de depressão e ansiedade. O exercício físico é um importante aliado, atuando sobre o controle glicêmico e sobre outras comorbidades, além de atenuar os níveis de ansiedade e os sintomas depressivos melhorando a qualidade de vida em pessoas com DM. Diante da possível associação bidirecional entre o diabetes e depressão, e da escassa literatura sobre o efeito agudo do exercício para a saúde dessa população, é necessário analisar os protocolos mais apropriados, e ainda, investigar os aspectos biopsicossociais entre pessoas com DM a fim de contribuir para o tratamento, prognóstico e melhora da qualidade de vida dessa população. O objetivo do presente estudo foi avaliar o perfil biopsicossocial e o impacto do exercício físico agudo sobre variáveis cardiometabólicas em pessoas com DM2. Trata-se de uma coletânea de artigos, sendo o primeiro uma revisão sistemática, o segundo um estudo transversal, e o terceiro um estudo experimental, do tipo ensaio clínico randomizado. No primeiro estudo foram incluídos ensaios clínicos randomizados e estudos de caso que relataram o efeito agudo do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) sobre o estado geral de saúde de pessoas com diabetes. Nos estudos 2 e 3, os pacientes foram recrutados no 3º Mutirão do Diabetes, sendo incluídas pessoas sedentárias com DM2; com idade superior a 40 anos (Idade média dos participantes dos estudos 2 e 3 respectivamente :56,2 ± 9,6 anos e 55,9 ± 1,25 anos,). Para o estudo 2, foram realizadas avaliações antropométricas e bioquímicas, dentre elas circunferência da cintura (CC), índice de massa corporal (IMC) e glicemia em jejum. Além disso foram aplicados questionários biopsicossociais que avaliaram a qualidade de vida e sintomas de depressão e ansiedade. Para o estudo 3, foram realizadas também avaliação clínica, teste de esforço cardiopulmonar e intervenção com os protocolos agudos. Os indivíduos foram randomizados entre três protocolos de treino: HIIT 2:2 (longo), HIIT 30:30 (curto) e treinamento contínuo de moderada intensidade (TCMI), e foi realizada uma sessão de treino com cada participante. Dez minutos antes, no pico do exercício (imediatamente após o último tiro/minuto) e após 10 minutos do término da sessão foram mensuradas pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) e glicemia; e durante o exercício foram registrados os valores de percepção subjetiva de esforço. O estudo 1 mostrou que o HIIT parece ser uma alternativa segura e eficaz no controle glicêmico e de fatores associados, apresentando efeito agudo superior ao TCMI em marcadores como glicemia capilar e em jejum, perfil glicêmico 24h, glicemia pós prandial, incidência e prevalência de hiperglicemia, função vascular e resposta pressórica, e controle de marcadores inflamatórios. O estudo 2 mostrou que a maioria dos indivíduos com diabetes apresenta sobrepeso e CC alterada. Além disso, que a prevalência de depressão (34,1%), e os níveis de ansiedade traço e estado (63.3% e 77%) são elevados nessa população. O estudo 2 mostrou ainda que pessoas com diabetes e sintomas de depressão apresentam pior qualidade de vida, ansiedade elevada e alterações na CC. Já o estudo 3 mostrou que os protocolos HIIT 30:30 e HIIT 2:2 são efetivos no controle glicêmico e pressórico agudo em pessoas com DM2. Além disso, que os protocolos de HIIT longo são mais eficazes do que o HIIT curto. Conclui-se que o exercício físico apresenta diversos efeitos agudos benéficos à saúde da população com diabetes, e que o HIIT parece ser uma alternativa segura e eficaz no controle glicêmico e de fatores associados, apresentando-se superior ao treinamento contínuo de moderada intensidade. Conclui-se ainda que o diabetes está diretamente relacionado a fatores biopsicossociais, principalmente qualidade de vida e depressão, requerendo assim uma atenção maior para esses aspectos no tratamento da doença. Espera-se que a identificação dos protocolos de exercícios mais seguros e eficientes, e ainda, que a investigação dos aspectos biopsicossociais mais comuns entre pessoas com diabetes irá contribuir para o tratamento e melhora da qualidade de vida dessa população.