Uma experiência de ensino crítico com alunas/os iniciantes de inglês: foco em gênero e sexualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: FERNANDES, Luciana Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Lingüística, Letras e Artes
BR
UFG
Mestrado em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/2414
Resumo: Este estudo caracteriza-se como um estudo de caso crítico de natureza qualitativa. Consiste no desenvolvimento de algumas atividades críticas, focando os temas gênero e sexualidade, em duas turmas de inglês para iniciantes do Centro de Línguas da Universidade Federal de Goiás no ano de 2010. As atividades realizadas abordaram situações vivenciadas por mulheres e pelas próprias alunas, ao discutir a jornada dupla de trabalho das mulheres; diferentes formas de vivenciar gênero, ao tratar da rotina de sábado de dois travestis; e arranjos familiares alternativos, diferentes dos reforçados e impostos pelo padrão hegemônico, ao apresentar famílias de casais homossexuais. A intenção era observar as reações de alunas/os aos temas críticos, as possibilidades e os desafios da realização de ensino crítico em níveis iniciantes e minha atitude como professora pesquisadora ao abordar esses temas críticos em sala. O embasamento teórico centrou-se nos seguintes tópicos e autoras/es: Linguística Aplicada Crítica (COX; ASSIS-PETERSON, 1999; FERREIRA, 2006; MOITA LOPES, 1999, 2006; PENNYCOOK, 1998, 2001, 2006); gênero e sexualidade (LOURO, 2007, 2010; MOITA LOPES, 2002); professoras/es críticas/os (GIROUX, 1997; SCHÖN, 1983, 2000; SMYTH, 1991; VAN MANEN, 1995, 2007, 2008). As reações de alunas/os em relação aos temas críticos foram variadas, dentre as quais se destacam comentários, chacotas, gestos, constrangimento, distanciamento do tema, silêncio, recusa em fazer a atividade, omissão do tema, negação e participação ativa na realização da atividade oral ou escrita. A viabilidade e a relevância da realização de ensino crítico em turmas iniciantes foram demonstradas pelas reflexões realizadas pelas/os alunas/os nas atividades orais e escritas, apontando para o desenvolvimento de uma visão mais pluralista sobre gênero, além do desenvolvimento linguístico. Quanto à minha atitude ao abordar temas críticos, realizei reflexão sobre a ação (SCHÖN, 1983, 2000; VAN MANEN, 1995, 2008) ao assumir uma atitude política na escolha dos temas e planejamento das atividades críticas a serem realizadas em sala. No entanto, tive dificuldade em realizar reflexão na ação (SCHÖN, 1983, 2000; VAN MANEN, 1995, 2008), já que apresentava uma tendência a não reagir diante de eventos críticos ocorridos em sala de aula. Assim, posso dizer que alcancei o quarto momento da reflexão crítica de Smyth (1991) ao reconstruir minha prática, ou seja, ao mudar o enfoque de minhas aulas para atividades e temas críticos, mas não fui capaz de reconstruir minha ação com relação à atitude de não reação diante de eventos críticos.