Correlação da sorologia do pré-natal com análise parasitológica de placentas em gravidez de risco para TORCHS com ênfase em toxoplasmose
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - IPTSP (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical e Saúde Publica (IPTSP) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/4492 |
Resumo: | As infecções do grupo TORCHS nas gestantes compreendem doenças causadas por protozoários (toxoplasmose), vírus (rubéola, citomegalovírus e herpes simples) e bactérias (sífilis). Podem ser adquiridas congenitamente causando riscos à saúde do concepto e tem uma grande incidência em nosso meio, por isso estão inseridas nos exames de rotina para o pré-natal da gestante. Sabendo-se que a placenta funciona como uma barreira que dificulta e muitas vezes impedem a passagem de microrganismos, foi avaliado no presente estudo a comparação dos resultados dos testes imunológicos, parasitológicos e anatomopatológicos de mulheres soropositivas classificadas com de risco para síndrome de TORCHS. Foram estudadas 32 amostras placentárias de pacientes que durante o pré natal apresentaram sorologia positiva para uma das infecções pertencentes a Síndrome de TORCHS. As pacientes foram triadas pela maternidade do Hospital das Clínicas, pelo Serviço de Ginecologia e Obstetrícia. Participaram do trabalho somente as grávidas que após o livre esclarecimento, assinaram o termo de consentimento e responderam a um questionário, para obtenção dos dados epidemiológicos. As amostras foram enviadas para o serviço de Patologia do mesmo hospital, para o exame anatomopatológico. E uma pequena parte das amostras placentárias foi enviada para o Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG no Setor de Parasitologia para a realização de exames parasitológicos. Os resultados dos exames sorológicos das mulheres foram fornecidos pelo laboratório do Hospital das Clínicas ou pela APAE (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais). As gestantes tinham idade média de 26,5 anos, 53,1% delas estavam na primeira gestação (28,1% tiveram duas, 3,1% três e 15,7% quatro ou mais gestações), o número de abortos anteriores a gestação em estudo foi de 25%. Faziam ou tinham completado o segundo grau 62,5% das mulheres, 31,25% estavam fazendo ou tinham completado o primeiro grau e 6,25% declararam não serem alfabetizadas. As gestantes que declararam trabalho com vínculo empregatício foram 12,5%, as que fazem parte do trabalho informal 12,5% e as que declararam desempregadas/ou do lar foram 75%. Residindo em Goiânia foram 72%, e o restante (28%) em outros municípios em torno de Goiânia, mas no estado de Goiás. Quanto ao resultado sorológico, 78,1% (25/32) tinha sorologia positiva (IgM e IgG) para toxoplasmose, 9,4% (3/32), para Citomegalovírus, 9,4%(3/32) Ana Flávia Eugênio Lourenço – Dissertação de Mestrado IPTSP-UFG 2009 1. xv para Sífilis, 3,1% (1/32), para Rubéola. Entre as 25 pacientes que tiveram sorologia positiva para toxoplasmose, 92% fizeram o teste de avidez da IgG, sendo que só 4% apresentaram baixa avidez, 3% indeterminados e 84% alta avidez. O exame anatomopatológico das 32 amostras placentárias mostrou que 15,6% (5/32) tiveram alguma alteração relacionada a infecções. E que 80% (4/5) das gestantes apresentavam sorologia positiva para toxoplasmose e 20% (1/5) sorologia positiva para rubéola. Em relação ao peso placentário comparado a idade gestacional 43,7% eram pequenas para idade gestacional; 28,1% eram grandes e o restante não apresentaram alterações macroscópicas. Nas mulheres com toxoplasmose (25/32) 11 delas (44%) eram pequenas para idade gestacional. A detecção do DNA do T. gondii por PCR foi realizada nas amostras placentárias das mulheres com sorologia positiva para toxoplasmose, que detectou o T. gondii em 60% das placentas. As gestantes que participaram da pesquisa apresentavam baixo nível de educação formal e a toxoplasmose foi, a infecção mais freqüente (25/32) concordando com estudos prévios sobre a importância da protozoonose em gestantes em nosso meio. O isolamento do T. gondii nas placentas através da PCR demostrou que o tecido placentário pode ser utilizado e é mais sensível do que o Anatomopatológico. As alterações placentárias encontradas no exame anatomopatológico foram vilosite crônica e intervilosite, que são consideradas como resposta fetal a um estímulo antigênico externo como no caso da infecção hematogênica. O exame anatomopatológico do tecido placentário apresenta uma baixa sensibilidade pela dificuldade de detecção de microrganismos e inclusões virais, diminuindo assim o diagnóstico de infecção. A importância de determinar o melhor método de diagnóstico de toxoplasmose na gestante deve-se ao emprego da terapêutica adequada, com a finalidade de reduzir a agressão fetal naquelas onde ocorre a viragem sorológica. |