Forças impulsoras e restritivas para o trabalho em equipe em unidades básicas de saúde da família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Freitas, Ana Cristina Sussekind Rocha Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Enfermagem - FEN (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Enfermagem (FEN)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/3134
Resumo: A Saúde da Família tem sido referida, nas atuais políticas públicas de saúde, como a estratégia estruturante para o alcance de mudanças significativas no contexto da Saúde Pública brasileira, principalmente, por propor importantes transformações na forma de conduzir o trabalho em saúde. Nesse contexto, a atenção na assistência está centralizada na família, na comunidade e no trabalho em equipe. Para tanto se necessita que os profissionais tenham oportunidade de pensar o que é o trabalho em equipe e como podem transformar sua prática individualista para uma que seja concebida no pensar e agir em conjunto. Este estudo de natureza descritiva, exploratória e transversal teve como objetivo analisar as forças impulsoras e restritivas para o trabalho em equipe nas Unidades Básicas da Saúde da Família do município de Jaraguá-GO, a partir de uma aproximação da Teoria de Campo de Kurt Lewin sobre elementos que facilitam e dificultam um grupo de trabalho. O mapeamento dessas forças oferece aos gestores condições para lidar melhor com os desafios cotidianos das equipes, pois viabiliza a categorização em três aspectos relacionados: à dimensão do EU – que engloba fatores pessoais, do OUTRO – abrange fatores referentes às relações interpessoais e ao AMBIENTE – que compõe elementos relativos ao ambiente, não pertinentes às pessoas. A coleta de dados foi realizada entre fevereiro e maio/2010 nas dez Unidades Básicas de Saúde da Família de um município, localizado na Regional de Saúde São Patrício, no centro norte goiano, com a participação de 109 profissionais que constituem as Equipes de Saúde da Família. Para tanto se utilizou de um instrumento aplicado aos sujeitos e submetido ao processo de análise de conteúdo e categorizados nas dimensões previamente definidas. Os resultados destacam um conjunto de forças impulsoras (52%) maior que restritivas (48%), o peso maior recaiu sobre o AMBIENTE, com 53% das respostas. Esta dimensão congrega tanto o maior número de forças impulsoras (44%) quanto restritivas (63%), que precisam ser trabalhadas visando à transformação destas em forças impulsoras. Os profissionais que participaram do estudo, apontaram o AMBIENTE como o principal restritor para o desenvolvimento do trabalho em equipe, especificamente, as limitações institucionais ou morosidade nas relativas respostas às necessidades dos profissionais o que reflete negativamente para a realização das tarefas. Na dimensão OUTRO as forças impulsoras representaram 61% das respostas e mostra o quanto o grupo é unido e coeso, podendo inclusive, dificultar o processo de mudança. A análise desses dados permite observar que na visão dos sujeitos existe nas relações que se estabelecem entre os profissionais, um grande potencial de facilitadores para o trabalho em equipe. A dimensão EU, de modo geral, congregou o menor número de respostas tanto caracterizadas como impulsoras ou restritivas, sendo o maior número de forças impulsoras (65%) o que mostra que o grupo tem uma imagem favorável de si mesmo, o que poderá ser transformado em motivação ou em outros elementos que poderão estimular o melhor desempenho da equipe. O diagnostico das forças possibilitou uma visão global da dinâmica e dos aspectos que envolvem as Equipes de Saúde da Família do município estudado, sendo possível apontar os pontos de estrangulamento do serviço que deverão ser trabalhados constituindo um instrumento eficiente de gestão para lidar melhor com os desafios encontrados no cotidiano de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde da Família, destacando-se vários indicadores para o desenvolvimento das equipes estudadas.