Avaliação do potencial citotóxico, do perfil de morte celular in vitro e da atividade antitumoral in vivo induzidos pela resina floral e látex dos frutos de Clusia sp.
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Medicina - FM (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (FM) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/6851 |
Resumo: | Por muitos séculos as plantas têm fornecido matéria-prima para a produção de um arsenal de agentes terapêuticos, seja por síntese a partir de metabólitos ou de seu próprio uso. Nesse contexto destaque para espécies da região do Cerrado. Uma nova espécie de Clusia ainda não identificada (Clusia sp) endêmica nas regiões de Goiânia e Chapada dos Veadeiros tem sido empregada popularmente como agente antirreumático, purgativo, febrífugo, problemas estomacais como descrito para outras espécies do gênero, além de sua aplicação como agente anticancerígeno. O número de estudos confirmando a aplicação dessa espécie para o tratamento do câncer é escasso justificando realização deste trabalho. Para tal, foi avaliado o potencial antileucêmico in vitro e antitumoral in vivo da resina floral e látex obtidos dos frutos de Clusia sp. Investigado e elucidado os possíveis mecanismos de ação destes produtos sobre a morte celular e toxicidade. Realizada uma triagem de citotoxicidade destas amostras sobre células K562, Lucena, HL-60, B16F10, PC3 e linfócitos. Analisada a morfologia celular das células k562 após tratamento com a resina floral e o látex; avaliado o aumento da sobrevida de animais portadores de tumor após tratamento com as amostras vegetais, estimada a toxicidade aguda oral da resina e látex de Clusia sp a partir de células do metabolismo basal 3T3, investigado o potencial hemolítico e imunossupressor destas amostras vegetais. Os resultados obtidos a partir dos ensaios realizados apontam interessante ação citotóxica em células leucêmicas com valores de IC50 nos tempos de 24, 48 e 72 horas para a resina de 62,2; 31,1 e 5,09 µg/mL e para o látex de 37,4; 14,5 e 8,58 µg/mL, respectivamente. Em comparação com os fármacos empregados na terapêutica, como o Imatinibe não foi observada diferença estatística significativa entre o látex e o mesilato de imatinibe, fármaco empregado como referência no tratamento da leucemia. A partir dos ensaios de morfologia empregando os corantes de Giemsa e Hoechst foi possível observar que ambas as amostras vegetais induziram alterações morfológicas típicas de morte celular como a apoptose. Após o tratamento com a resina (62,2 µg/mL) e látex (37,4 µg/mL) foi observado condensação da cromatina, fragmentação do DNA a partir da formação de corpos apoptóticos, entre outros eventos qcue atestam a morte celular. Na tentativa de elucidar o mecanismo de morte por citometria de fluxo foi observado após tratamento com o a resina e látex, a externalização da fosfatidilserina, indução na formação de espécies reativas de oxigênio, ativação das caspases -3,-8 e -9, redução do potencial da membrana mitocondrial, liberação de citocromo c, ativação de Bax, todos esses processos envolvidos na morte celular. Aumento da sobrevida em animais portadores de tumor foi observada nas doses de 125 mg/kg para resina e de 250 mg/kg para o látex, doses superiores foram tóxicas. A partir dos resultados da estimativa da DL50 as amostras vegetais foram classificadas na categoria 3 do sistema GHS. Efeito imunossupressor foi observado para a resina e látex e ação hemolítica moderada foi observada apenas para a resina. Diante do exposto as amostras de resina e látex de Clusia sp apresentam interessante perfil para o desenvolvimento de fármacos antitumorais. |