Repercussões dos fatores socioeconômicos, de estilo de vida e nutricionais no ganho ponderal excessivo no ciclo gravídico-puerperal
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Ciências da Saúde - Medicina BR UFG Mestrado em Ciências da Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/1774 |
Resumo: | O ganho ponderal excessivo na gestação pode trazer consequências maléficas tanto para a mãe quanto para o feto. Fatores sociais, econômicos, de estilo de vida e nutricionais podem ser responsáveis por este ganho de peso acima das recomendações. Objetivos: Avaliar os fatores econômicos (renda), de estilo de vida (tabagismo, prática de atividade física, comportamento reprodutivo) e nutricionais (consumo calórico, macro e micronutrientes) que podem estar relacionados ao ganho de peso excessivo em gestantes eutróficas. Metodologia: Este estudo de caso-controle incluiu 200 gestantes de baixo risco obstétrico de 2 maternidades públicas do Estado de Goiás. Todas as gestantes que concordaram em participar do estudo foram divididas em 2 grupos: casos com ganho de peso excessivo (> 16Kg) e controles com ganho de peso dentro do recomendado (11,50 < a < 16Kg), pareados por idade. As mulheres foram entrevistadas com relação ao seu consumo alimentar durante o período gestacional através de um questionário quantitativo e qualitativo de frequência de consumo alimentar validado e adaptado à população regional de baixa renda. Elas também foram questionadas sobre sua condição econômica e de estilo de vida. A análise estatística foi realizada através do programa SPSS, versão 17.0. Foram aplicados os testes de Kolmogorov-Smirnov, Fisher, t de Student, qui-quadrado (x²), odds ratio (IC 95%), Mann-Whitney, coeficiente de correlação de Spearman e regressão linear multivariada. Resultados: A mediana da idade das pacientes foi 25,00 (22,00-29,00) anos para os casos e 24,00 (22,00-28,00) anos para os controles (p=0,52). A renda per capita foi de R$ 303,75 (225,60-500,00) para casos e R$ 333,33 (175,00-480,00) para controles (p=0,41). A mediana de escolaridade foi de 10,50 (9,00-12,00) anos para casos e 11,00 (9,00-12,00) anos para controles (p=0,77). Houve 13,00 (13%) fumantes no grupo de casos e 8,00 (8%) no grupo de controles (p=0,25). A frequência da prática de atividade física regular foi de 28,00 (28%) das gestantes nos casos e 31,00 (31%) nos controles (p=0,65). Em relação ao comportamento reprodutivo, não houve diferenças entre a frequência de paridade (p=0,45) e abortos (p=0,90) entre os grupos. O intervalo intergestacional foi de 27,00 (0,00-60,75) meses entre os casos e de 22,50 (0,00-47,75) meses entre os controles (p=0,34). As seguintes variáveis apresentaram na análise univariada um coeficiente de correlação (ρ) com o ganho de peso significante: calorias = 0,15 (p=0,04), proteínas = 0,16 (p=0,03), colesterol total = 0,21 (p<0,01), retinol = 0,21 (p<0,01), ferro = 0,18 (p=0,01), zinco = 0,15 (p=0,04), selênio = 0,19 (p<0,01) e fósforo = 0,16 (p=0,03). A mediana do consumo de gordura saturada foi de 36,57 gramas (23,37 - 51,06) no grupo de casos e 28,21 gramas (19,92 - 41,90) no grupo controle (p=0,04). Na análise multivariada o consumo protéico foi a única variável independente relacionada ao ganho de peso excessivo na gestação. Conclusão: O consumo calórico, as proteínas, a gordura saturada, o colesterol, o retinol, ferro, zinco, selênio e fósforo estiveram relacionados ao maior ganho ponderal observado no grupo de casos, em especial o consumo protéico. Os fatores econômicos e de estilo de vida não influenciaram o ganho de peso. |