A identidade plástica de José Joaquim da Veiga Valle
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Letras - FL (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/11114 |
Resumo: | Esta pesquisa tem por objeto as peças de escultura do artista goiano José Joaquim da Veiga Valle. O corpus de análise está constituído por dez esculturas, analisadas a partir de onze imagens: Nossa Senhora das Dores (i), Nossa Senhora das Dores (ii), Senhor dos Passos, Cristo em Agonia (i), Cristo em Agonia (ii), São Joaquim, São Miguel Arcanjo (i), São Miguel Arcanjo (ii), São Miguel Arcanjo (iii), Nossa Senhora das Mercês e Menino-Deus. A partir delas, dois são os pontos de vista: o da Historiografia Linguística e o da Semiótica Plástica. Pela Historiografia Linguística, é possível conhecer a história do sujeito que produziu as esculturas. Pela Semiótica Plástica, a análise da visualidade das imagens. Para tanto, as obras são consideradas textos, já que são signos linguísticos. Pelo percurso historiográfico-linguístico, são conhecidas vida e obra de Veiga Valle, através dos principais fatos que o constituíram como sujeito em um tempo, espaço e sociedade. Por essa via, influências e influenciados sobre seu trabalho são apresentados. Ao longo dessa etapa, as críticas de arte existentes sobre o trabalho de escultura do autor compõem o percurso. Nesse sentido, tem-se por referencial teórico Milani (2011). Por outro lado, a Semiótica Plástica tem por objetivo determinar a geração do sentido nos textos através do percurso gerativo de sentido, a fim de poder conhecer a significação presente neles. Para isso, pelos níveis fundamental, narrativo e discursivo, os efeitos de sentido de natureza semissimbólica e tensiva ali existentes, condicionados ou não por paixões da alma, podem ser determinados. O referencial teórico nesse segundo momento será Floch (1985). Em cada imagem, existe o plano de expressão e o plano de conteúdo. Por esses planos, são conhecidos os efeitos de sentido que geram a significação. Por serem objetos de significação no mundo, as esculturas apresentam uma hierarquia na constituição da estrutura de seu sistema semiótico e descrevê-la será o resultado em si do trabalho do semioticista visual. Dessa forma, a natureza de seus planos de expressão e de conteúdo possibilitará o acesso a um sistema semiótico particular de Veiga Valle. Assim sendo, essa natureza particular do sistema semiótico visual do escultor goiano é o que constituiria a sua identidade plástica. Por fim, na obra A singularidade da obra de José Joaquim da Veiga Valle, uma das principais pesquisadoras das obras do santeiro, Profa. Dra. Heliana Angotti-Salgueiro (1983), pertencente ao campo da história da arte, afirma ser singular o trabalho escultórico do autor. Portanto, esta dissertação tem por principal interesse justificar ou não a existência dessa “singularidade” por meio de argumentos de natureza semiótica sobre a visualidade das imagens selecionadas como corpus – possibilitada por meio do “acesso” a esse sistema semiótico. O sensível e o inteligível compõem o universo epistemológico da investigação e é a partir dele que se conhece a relação do homem com as mais distintas formas de semiologia presentes na linguagem. As esculturas de Veiga Valle refletem um estilo de arte, o Barroco. E, como em todo movimento artístico, há um conjunto de particularidades estéticas que possibilitam a distinção de uma escola a outra. É a partir desse viés que aqui se tentará justificar tal estilo, por meio da análise semiótica visual nas esculturas selecionadas. A escolha por Veiga Valle pauta-se não só pela qualidade estética de suas obras como também pela importância histórico-social desse mesmo artista à cultura brasileira, pois é um dos pioneiros. Oferecer à comunidade acadêmica e à sociedade goiana este trabalho monográfico é valorizar as tradições culturais desse povo, dessa gente e, mais do que isso, é conceber José Joaquim da Veiga Valle como patrimônio, no mais amplo sentido do termo. Veiga Valle é uma expressão metonímica da cultura do sertão goiano. |