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Recriando áfricas: subalternidade e identidade africana no camdoblé de Ketu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: LOUZADA, Natália do Carmo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Ciências Humanas
BR
UFG
Mestrado em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/2323
Resumo: A história do Candomblé como uma recriação diaspórica originada a partir de migração forçada de africanos escravizados envolve tanto os processos de perseguição e demonização que empreenderam a subalternização do sujeito negro e da cultura de origem africana no Brasil, quanto o hibridismo cultural que permitiu a reinvenção e, ao mesmo tempo, a manutenção de uma identidade africana no âmbito desta religião. Por este motivo, tendo como foco as dinâmicas de negociação cultural desenvolvidas pelo povo-de-santo, o presente trabalho se propõe a analisar de que forma o os princípios de pureza, preservação da tradição e de afirmação da africanidade, característicos do Candomblé, se relacionam às estratégias de sobrevivência desenvolvidas por esta religião que, ao longo do século XX, deixou de ser apenas estigmatizada como primitiva, para se tornar uma expressão da herança cultural africana integrante do patrimônio cultural brasileiro. Objetivamos neste estudo, compreender como as teorias acadêmicas, o cenário artístico nacional, além de diferentes fatores políticos e sociais da história do país, se articularam à agência candomblecista na celebração da africanidade nagô e na emergência da nação Ketu. Buscando entender para tanto, a possível associação entre a recusa ao sincretismo e a afirmação da autenticidade africana que marcam a identidade da referida nação, e os mecanismos de negociação cultural que permitiram a expansão e a sobrevivência do Candomblé de Ketu em cidades como Goiânia, cujo discurso de modernidade segregou sócio-espacialmente sujeitos e manifestações culturais indesejáveis sob o ponto de vista da reiteração do imaginário de cidade e sociedade modernas. Por fim, o presente trabalho tem como último intuito perceber as possíveis correlações entre a história do Candomblé e a constituição de novas identidades culturais forjadas no âmbito sociedades pós-coloniais. Nas quais a tradição cultural e religiosa de origem africana e ameríndia sobrevive por meio de um constante processo de ressignificação e apropriação cosmopolita de elementos de modernidade Ocidental que, desestabilizando o sistema eurocentrado de representação social, permite a insurreição de saberes e sujeitos subalternizados.