“A trans que tá na esquina pelada com droga, tá pedindo socorro. você sabia disso?”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Oliveira, Kássia Cristiany Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos (PRPG)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/14408
Resumo: Esta dissertação de inspiração etnográfica investiga a trajetória de vida da ASTRAL (Associação dos Travestis, Transexuais e Transgêneros de Goiás) e de sua Presidente Beth Fernandes para compreender como a ONG atua na construção de políticas públicas de acesso a direitos das pessoas transexuais e travestis no Estado de Goiás. A pesquisa acompanha a atuação da ASTRAL-Goiás e a trajetória de sua gestora, explorando como a ONG no seu dia a dia faz o atendimento de mulheres trans e travestis dentro e fora do cárcere. O estudo aborda as trajetórias de vida da ASTRAL e da Beth, o trabalho nas ruas de informação e prevenção sobre HIV/AIDS, a distribuição de cestas básicas e itens de higiene e o atendimento de das mulheres trans em situação de encarceramento e os obstáculos na reinserção social. A principal categoria de análise é o corpo – um corpo que sente, sofre, resiste e se arma contra as opressões e a necropolítica. O estudo também examina a precariedade do sistema prisional em oferecer condições básicas de dignidade, como acesso à saúde, higiene, educação e oportunidades de trabalho para essa população e a luta da ONG e da sua Presidente para conseguir melhores condições de cumprimento de pena. A metodologia adotada foi a história de vida, por meio de entrevistas gravadas e diário de campo. A coleta de dados ocorreu a partir do acompanhamento da rotina da instituição e das narrativas de Beth, possibilitando uma análise profunda das estratégias de resistência e sobrevivência dessas mulheres. A ausência de políticas públicas eficazes reforça as condições de subalternidade impostas aos corpos que subvertem a ordem binária de gênero. No entanto, a atuação de organizações como a ASTRAL é fundamental para mediar esse processo, fornecendo apoio jurídico, psicológico e material. A pesquisa reforça a necessidade de repensar as políticas penitenciárias para pessoas trans e travestis, garantindo dignidade e cidadania a essa população. O estudo contribui para o debate sobre a interseccionalidade entre gênero, encarceramento e exclusão social, oferecendo uma análise crítica da relação entre necrobiopoder e corpos dissidentes.