Avaliação do sistema de vigilância da hantavirose no estado de Goiás – 2007 a 2012

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Machado, Daniella Carpaneda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PRPG)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/7366
Resumo: A hantavirose é uma zoonose emergente, considerada um problema de saúde pública devido seu alto grau de letalidade e hospitalização. A transmissão ocorre pela exposição aos excretas de roedores silvestres infectados, principalmente via aerossol. O objetivo do presente estudo é avaliar o sistema de vigilância da hantavirose no Estado de Goiás, no período de 2007 a 2012. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, no qual foram analisadas as características clínicas e epidemiológicas da hantavirose e seus atributos segundo modelos propostos pelo Updated Guidelines for Evaluating Public Health Surveillance Systems e Framework for Evaluating Public Health Surveillance Systems for Early Detection of Outbreaks do Center for Disease Control and Prevention e Secretaria de Vigilância em Saúde. Foram confirmados 63 casos no período analisado. A doença tem o maior número de casos confirmados em números absolutos em 2009, com maior positividade da relação notificação/confirmação em 2008. Os municípios de maior notificação foram Anápolis, Goiânia e Jataí. A hantavirose atingiu predominantemente homens, da raça/cor parda, residentes em zona urbana, com ensino médio completo, mostrando-se relacionada às ocupações agrícolas e com maiores exposições em situações de limpeza de ambientes e em contato direto ou com vestígios da presença de ratos. A maior parte dos casos foi notificada nos primeiros quatro dias do surgimento dos sintomas, com sinais de febre, dispneia e mialgia. Apresentou-se grande número de exames laboratoriais e de imagem. Entretanto, demonstrou-se déficit de completitude nestes campos nas fichas de notificação. As alterações inespecíficas mais marcantes são hematócrito >45% e trombocitopenia, e no exame de imagem, infiltrado pulmonar difuso. Mais de 85% dos casos foram confirmados por critério laboratorial (IgM) e na forma clínica de Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus. Elevada taxa de internação, principalmente no primeiro dia do atendimento, foi bastante considerável e com demanda de terapias de suporte. Os municípios com maior indicação de Local Provável de Infecção são Anápolis e Jataí, em zona rural e ambiente ocupacional, com encerramento em tempo oportuno em pouco mais de 60% dos casos. Apesar de teoricamente o sistema ser útil, na prática, observa-se baixa avaliação dos atributos quantitativos (sensibilidade, valor preditivo de positividade, oportunidade, estabilidade) e qualitativos (simplicidade, flexibilidade e aceitabilidade – no quesito qualidade dos dados a avaliação é de média a ruim). Quanto aos indicadores de gerenciamento, observou-se fragilidades em sua utilização. A partir da análise do sistema de vigilância da hantavirose em Goiás, 2007-20012, concluiu-se que o atual sistema é frágil. Sugere-se uma série de recomendações com o objetivo de lhe dar maior utilidade reduzindo o impacto socioeconômico da doença por meio da melhoria contínua dos serviços prestados pelos diversos níveis e setores de profissionais, bem como pela construção de um serviço de educação em saúde e prevenção, principalmente por medidas de manejo ambiental, que evitam/reduzem o risco da presença de possíveis roedores infectados no meio antrópico.