Construções existenciais no português brasileiro em perspectiva construcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Costa, Lucas Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Letras - FL (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/8207
Resumo: Esta pesquisa é um estudo sobre construções existenciais no português brasileiro contemporâneo. Os trabalhos de Viotti (1999), Avelar (2006a), Pezatti (2014), Vitório (2008), Franchi, Negrão e Viotti (1998) constataram que há um tipo de construção na qual os verbos Ter, Haver e Existir são utilizados como introdutores de objeto de discurso na sequência enunciativa no português brasileiro. A partir disso, objetiva-se descrever e analisar o pareamento forma/função de construções existenciais, a partir das propriedades semântico/cognitivas, morfossintáticas e pragmáticas. Além disso, verificar sua especificidade de atuação no nível do texto. Para tanto, mobiliza-se os pressupostos teóricos-metodológicos da abordagem construcional, mais especificamente da Semântica de Frames, nos termos de Fillmore (1982), e da Gramática de Construções, na vertente de Goldberg (1995, 2006) e Croft (2001). A hipótese central é que o design morfossintático dessa construção é evocado por uma cena conceptual/perceptiva, frame, e, com isso, há níveis de existências instanciados nas expressões linguísticas. Essa configuração semântica/sintática/pragmática atua no nível textual, especificamente no processo de referenciação, auxiliando no grau de informatividade de textos variados. A abordagem construcional considera a linguagem integrada às capacidades cognitivas, sociointeracionais e culturais, e a língua como um sistema adaptativo complexo, com uma estrutura fluída, ou seja, procedural. Precisamente, a Semântica de Frames analisa os fenômenos linguísticos partindo do reconhecimento de que o sentido envolve uma teia de conhecimentos culturais do mundo, sendo as experiências sensório-motoras fontes primárias desses conhecimentos e, assim, os sentidos são relativizados às cenas. Já a Gramática de Construções define a gramática de uma língua como uma rede conceitual, um sistema de entidades interconectadas cognitivamente, que o sentido construcional designa uma cena conceptual-perceptiva baseada na experiência humana (GOLDBERG, 1995, FILLMORE, 1985, LAKOFF, 1987). Com essa concepção teórica, apresentamos os resultados da pesquisa que envolve os usos da construção existencial na variante do português goiano. Os corpora escolhido para o estudo são o corpus Fala Goiana e um exemplário de textos escritos depreendidos de jornais goianos. As análises confirmaram a hipótese de que essa construção apresenta graus de abstratização, atuando no nível textual, auxiliando o processo de referenciação e no grau de informatividade.