Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silva, Leandro Alexandre da |
Orientador(a): |
Nogueira, Sandra Vidal |
Banca de defesa: |
Angelin, Rosângela |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Políticas Públicas
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Departamento: |
Campus Cerro Largo
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1890
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Resumo: |
Cerro Largo é um município encravado no interior do estado do Rio Grande do Sul, mas especificamente no noroeste gaúcho, Região das Missões. A região em questão foi um dos núcleos de imigração europeia e Cerro Largo se tornou uma típica cidade de colonização alemã. Entretanto, em 2010 o IBGE apurou e expôs dados que contradisseram essa realidade. Foi apurada a presença de 20% de cidadãos pretos e pardos na zona urbana do município. Ou seja, na cidade de alemão, um quinto dos cidadãos é negro. Tal constatação causou espanto, uma vez que esse contingente não era verificado nas diversas esferas do município, ao menos, não nessa proporção. Ao que tudo indica a população negra em Cerro Largo vive invisível, em um não-lugar. Assim o objetivo desse trabalho é – compreender o construto desse não-lugar, bem como as causas dessa invisibilidade. Analisando dados, documentos e bibliografias sobre a História e a questão étnica no município, empregando técnicas etnográficas e de análise de discurso, percebe-se que a comunidade teuto-brasileira se fez hegemônica isolando-se e excluindo os chamados brasileiros. Tal isolamento e exclusão encontra explicação em fatores históricos, mas também em fatores de tipo racialista. Ao longo do tempo certos valores passaram a ser atrelados aos ditos alemães e sua cultura em tempo que foram negados aos brasileiros. Aos negros, em situação ainda mais grave de exclusão, atribuiu-se uma série de valores depreciativos que não os tornam dignos de participarem da vida da cidade. Vivem invisíveis ocupando os piores lugares e posições em um não-lugar. Sobre essa situação paira o silêncio, que contribui mais ainda para a invisibilizar os cidadãos negros de Cerro Largo. Enfim, constata-se que as principais características do não-lugar do negro em Cerro Largo são o silêncio, a invisibilidade e a exclusão. Tais fatores são corolários da negação de uma série de direitos que terminam por configurar uma situação de quase-cidadania desse contingente populacional. Por isso, conclui-se esse trabalho sugerindo políticas públicas e ações afirmativas para dar voz aos silenciados, fazer visível os invisíveis e, finalmente, incluí-los na cidadania. Acreditamos que o reconhecimento de direitos fundamentais é indispensável na arquitetura de um futuro mais democrático e multicultural para todos os cerro-larguenses. |