Seleção de espécies com potencial para fitorremediação de solo contaminado com herbicidas inibidores da protox

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Alves, Carla
Orientador(a): Galon, Leandro, Kaiser, Rosilene Rodrigues
Banca de defesa: Nunes, Anderson Luis, Tironi, Siumar Pedro
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Campus Erechim
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1540
Resumo: O emprego de espécies vegetais para fitorremediação de solos contaminados com herbicidas torna-se uma alternativa que vem ganhando destaque para minimizar os efeitos da persistência de agrotóxicos no ambiente. Objetivou-se com este trabalho avaliar a tolerância de espécies de inverno e verão aos herbicidas fomesafen e sulfentrazone, para possibilidade de uso como plantas fitorremediadoras de solo contaminado por esses herbicidas. Para alcançar os objetivos propostos, foram conduzidos experimentos em casa de vegetação, na Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Erechim. O primeiro experimento, teve por objetivo avaliar a tolerância de aveia preta, ervilhaca, nabo, cornichão e tremoço tratadas com quatro doses dos herbicidas fomesafen e sulfentrazone. O delineamento utilizado foi de blocos inteiramente casualizados, com quatro repetições. Utilizando-se as espécies (aveia preta, ervilhaca, nabo, cornichão e tremoço) e com a aplicaçãoas em pre-emergencia as doses dos herbicidas (fomesafen – 0, 0,125, 0,25 e 0,5 kg ha-1 e sulfentrazone – 0, 0,3, 0,6 e 1,2 kg ha-1). Aos 45 dias após a aplicação dos herbicidas avaliou-se a fitotoxicidade ocasionada às plantas e os efeitos sobre as características relacionadas à fisiologia das plantas. Determinou-se ainda a altura de plantas, diâmetro de caule, a área foliar e a massa seca da parte aérea. Foram coletadas a parte aérea de plantas de aveia preta, ervilhaca, nabo e tremoço acondicionadas em papel alumínio e imediatamente congeladas em nitrogênio líquido. Estas amostras foram utilizadas na determinação da atividade das enzimas antioxidantes catalase e guaiacol, assim como os níveis de peroxidação lipídica das plantas submetidas aos herbicidas fomesafen e sulfentrazone. O solo proveniente dos ensaios anteriores foi utilizado para a semeadura de pepino, planta usada como bioindicadora da presença ou não dos herbicidas no solo. Aos 7, 14, 21 e 28 dias após a emergência do pepino foram avaliadas a fitotoxicidade causada pelo fomesafen e sulfentrazone. Aos 28 dias determinou-se a altura, diâmetro de caule, a área foliar e a massa seca. O segundo experimento, que teve por objetivo avaliar a tolerância de crotalária, milheto, mucuna preta e sorgo tratadas com quatro doses dos herbicidas fomesafen e sulfentrazone. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições. Utilizando as espécies (crotalária, milheto, mucuna preta e sorgo) com a plicação em pré emergência as doses dos herbicidas (fomesafen – 0, 0,125, 0,25 e 0,5 kg ha-1 e sulfentrazone – 0, 0,3, 0,6 e 1,2 kg ha-1). Aos 30 dias após a aplicação dos herbicidas avaliou-se a fitotoxicidade ocasionada as plantas. Determinou-se ainda altura de plantas, diâmetro de caule, a área foliar e a massa seca da parte aérea. Os dados foram submetidos à análise de variância, pelo teste F, em havendo significância aplicou-se regressões lineares ou não lineares para avaliar o efeito das doses dos herbicidas sobre a espécie estudada. O cornichão foi a espécie menos tolerante aos herbicidas. A aveia preta foi pouco afetada pela aplicação de diferentes doses de fomesafen, porém demonstrou-se altamente suscetível ao sulfentrazone. O nabo apresentou tolerância ao aplicar a dose de 0,25 kg ha-1 de fomesafen. Para o sulfentrazone essa espécie apresentou tolerância. A espécie mais tolerante ao fomesafen e ao sulfentrazone, independentemente da dose foi o tremoço, de modo que apresenta uma possível alternativa para a fitorremediação de solos tratados com esses herbicidas. A ervilhaca e o nabo também apresentaram potencial remediador do solo, porém, em níveis inferiores ao tremoço. Os herbicidas fomesafen e sulfentrazone promoveram alterações no equilíbrio das plantas gerando estresse oxidativo e induzindo a resposta do sistema antioxidante das plantas, principalmente na dose de 0,5 kg ha-1 de fomesafen, para a ervilhaca e o nabo. Ao mesmo tempo, a dose de 1,2 kg ha-1 de sulfentrazone gerou um aumento na peroxidação lipídica na ervilhaca, nabo e tremoço. Além disso, aveia preta foi a espécie que demonstrou as mais baixas alterações no sistema antioxidante com a exposição aos herbicidas fomesafen e sulfentrazone. Dentre os herbicidas testados o sulfentrazone apresentou as maiores injúrias sobre o pepino. Quanto aos resultados obtidos no segundo experimento, observou-se que a mucuna preta foi tolerante ao herbicida fomesafen. Até a dose recomendada, 0,25 kg ha-1 a mucuna preta, o milheto, o sorgo e a crotalária apresentaram tolerância ao fomesafen. Entre os herbicidas testados, o sulfentrazone apresentou maior efeito tóxico sobre as espécies, 6 ocasionando a morte das plantas mesmo com a aplicação da metade das doses. As espécies de inverno aveia preta, ervilhaca, nabo e tremoço, e as espécies verão crotalária, milheto, mucuna preta e sorgo, apresentam potencial para fitorremediar solos contaminados com fomesafen e sulfentrazone.