Patrimônio histórico e cultural ítalo-brasileiro na colônia Erechim - RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Donin, Graziela Vitória
Orientador(a): Gritti, Isabel Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3414
Resumo: A referente pesquisa discute o Patrimônio Histórico e Cultural ligado a etnia ítalobrasileira na região correspondente a Colônia Erechim, localizada no norte do estado do Rio Grande do Sul, bem como a discussão no que se refere a construção imagética desta etnia que trouxe para cá o universo contadino do Vêneto da grande migração. O recorte temporal se refere ao século XX até os dias atuais, ou seja, fundação e início do processo de colonização da Colônia Erechim. Esta foi criada com a finalidade de empreender a colonização e o utis possidetis desta região localizada em zona de fronteira internacional, a fim de obter uma barreira humana contra possíveis invasões externas. Ainda, a sua integração ao sistema capitalista de produção para produzir excedentes e artigos de primeira necessidade e abastecer o mercado interno. E por fim, de acordo com os valores positivistas da época, o europeu era visto como portador de técnicas mais avançadas para o desenvolvimento econômico e social, ou seja, era superior ao caboclo e ao indígena, era o tipo de colono ideal. A imigração de camponeses despossuídos italianos foi numericamente superior às demais etnias, os que aqui vieram, majoritariamente são resultado da migração interna das Colônias Velhas localizadas na região serrana. Para o desenvolvimento desta pesquisa efetuou-se um levantamento dos elementos que são representativos desta etnia, como lugares de memória, alguns ligados ao ethos do trabalho como as cantinas, a língua e os Gemellaggios. Para a problematização destes, utilizou-se documentação proveniente dos arquivos históricos e do poder público dos municípios envolvidos, como leis, atas e livros escritos relacionados com os elementos. Dentre os principais autores que embasam a análise do universo camponês ítalo-brasileiro e são utilizados nesta pesquisa está Tedesco (1999, 2001), Zanini (2006) e Beneduzi (2011). Houve manutenção, reprodução e reinvenção de valores vinculados ao universo contadino do Vêneto do ottocento. Registra-se a existência de escola para os filhos de italianos, onde as aulas eram ministradas no dialeto Talian, a associação de apoio mútuo, mais tarde convertida em associação esportiva e recreativa, mas que iniciou tendo um recorte étnico, dentre outros lugares que se configuram como lugares de memória e estão ligados a perpetuação dos signos culturais desta etnia. O conjunto do patrimônio histórico e cultural da etnia ítalo-brasileira nesta colônia é o objeto de estudo desta pesquisa, pois está ligado a uma identidade inventada como estratégia de coesão e diferenciação social e a um sentimento de nostalgia vinculado a trajetória dos antepassados na América.