Influência dos estágios sucessionais na conservação de aves em uma região de floresta subtropical no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mikolaiczik, Nadie Maria
Orientador(a): Hartmann, Paulo Afonso, Hartmann, Marilia Teresinha
Banca de defesa: Hartmann, Paulo Afonso, Hartmann, Marilia Teresinha, Fornel, Rodrigo, Muller, Eliara Solange
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental
Departamento: Campus Erechim
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2063
Resumo: A heterogeneidade de ambientes resultante dos processos de reestruturação florestal influência na composição e riqueza das aves em estágios sucessionais secundários de recuperação florestal. Desta forma, entender como as aves se distribuem pelos diferentes estágios sucessionais pode fornecer importantes informações na definição de estratégias de conservação para o grupo, ou ainda, indicar como áreas em estágios secundários de regeneração podem contribuir para manutenção das comunidades de aves. Este estudo teve como objetivo registrar a riqueza e abundância de aves, em diferentes estágios sucessionais em uma floresta subtropical no sul do Brasil e discutir quais fatores influenciam nesta distribuição. O estudo foi feito no Parque Natural Municipal Mata do Rio Uruguai Teixeira Soares (PTS), situado no município de Marcelino Ramos, norte do Estado do Rio Grande do Sul. Para a coleta dos dados foram selecionadas três áreas amostrais dentro do PTS, representativas dos três estágios sucessionais da floresta secundária. Área 1, Floresta secundária em estágio inicial de regeneração; Área 2, Floresta secundária em estágio médio; e Área 3, Floresta secundária em estágio avançado. Em cada área foram estabelecidos oito pontos amostrais, distantes 100 metros entre si e dispostos em dois transectos com quatro pontos. Para comparar a similaridade entre transectos, foi utilizado o coeficiente de similaridade Jaccard, para comparar a riqueza e abundância e as características ecológicas entre as áreas foi feita a análise de variância (One-way ANOVA). A diversidade entre as três áreas foi comparada por meio do Índice de Shannon H. Foi estimada a riqueza geral e para cada área. Foram registradas 147 espécies de aves nas três áreas. Foi registado cerca de 90% da riqueza de espécies estimada para o Parque. O maior número de espécies foi registrado na Área 2 (N=95) seguida de Área 1 (N=93) e da Área 3 (N=88). Não houve diferença significativa no número de espécies registradas em cada amostragem, entre as áreas (F2, 15=0,38; p=0,68). Área 1 mostrou maior número de espécies exclusivas (N=16). Os hábitos alimentares predominantes na área do estudo foram Onívoro (N=52) e Insetívoro (N=46). O uso do habitat mais comum foi Floresta (N=63). Houve diferença na composição de espécies entre as áreas e por consequência nos hábitos alimentares e uso do habitat. As diferenças na composição das espécies e na diversidade entre as áreas indicam que a estrutura da comunidade de aves está diretamente ligada aos estágios sucessionais. Esta relação é reforçada pelas diferenças na ocorrência de aves de determinadas características ecológicas entre as áreas. O tamanho, a conectividade dos fragmentos e a disponibilidade de habitats influenciam diretamente na distribuição da avifauna. Alterações na paisagem promovem uma reestruturação dessas comunidades, onde espécies com determinadas características ecológicas podem ser favorecidas ou excluídas. A principal contribuição dos estágios mais avançados de regeneração para as aves esta na manutenção de populações mais sensíveis, e que por consequência, podem estar ameaçadas de extinção.