Crenças e atitudes linguísticas de polono-brasileiros de Áurea/RS e Nova Erechim/SC: o uso dos termos de parentesco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Wepik, Fernanda Fátima
Orientador(a): Horst, Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/723
Resumo: Com a presente dissertação pretende-se descrever e analisar as crenças linguísticas dos indivíduos bilíngues em relação ao Pol. (polonês local), ou seja, suas percepções e convicções e relacioná-las com as atitudes expressas por esses indivíduos. Estas atitudes linguísticas são observadas através do uso real da língua, a partir dos termos de parentesco (sanguíneo, espiritual e de aliança), visando perceber a manutenção do Pol. ou a substituição pelo Pt.-RS (português rio-grandense) no uso desses termos. A pesquisa acontece em contextos bilíngues (Pol.- Pt.-RS), em duas localidades pertencentes aos dois estados do Sul do Brasil: Áurea (Rio Grande do Sul) e Nova Erechim (Santa Catarina). O povoamento de Áurea/RS teve início a partir de 1906, com a vinda de poloneses que, segundo dados do IBGE, constituem 92% da população do município. Os primeiros colonizadores de Nova Erechim/SC chegaram em 1952, gaúchos descendentes de imigrantes poloneses e italianos, oriundos do município de Erechim/RS. Há assim, uma relação topodinâmica entre os dois locais. Esta pesquisa torna-se relevante, visto que aborda uma língua minoritária de imigração que carece de estudos linguísticos. O trabalho está embasado na Dialetologia Pluridimensional e Relacional (Thun, 1996, 1998, 2005, 2010), que contempla o espaço variacional em diferentes dimensões. A coleta dos dados e a escolha dos informantes parte do modelo em cruz, desenvolvido por Thun (1996). Assim, a pesquisa considera as seguintes dimensões: diatópica (Áurea/RS e Nova Erechim/SC), diageracional (GII [55 anos ou mais] e GI [de 18 a 36 anos]), diassexual (masculino e feminino) e diastrática (Ca [com graduação completa ou cursando] e Cb [nenhuma escolaridade até o ensino médio]). A pesquisa, assim como os questionários utilizados para a coleta de dados, tanto sobre crenças linguísticas, quanto o questionário lexical sobre termos de parentesco, faz parte do projeto Atlas das Línguas em Contato na Fronteira (2013). A análise dos dados da pesquisa levou-nos a constatar que nos dois pontos pesquisados, o Pol. é mantido mais pela Cb e pela GII. A GI apresenta uma considerável substituição do Pol. pelo Pt.-RS, indicando uma perda do Pol., quanto ao uso dos termos de parentesco. Áurea/RS e Nova Erechim/SC apresentaram 36% de manutenção do Pol., sendo que em Áurea/RS a língua ainda é usada em alguns contextos sociais, além do familiar, enquanto que, em Nova Erechim/SC, a mesma é usada principalmente na família. Os informantes, em sua maioria, manifestaram crenças positivas em relação ao Pol., mas estão cientes do pouco uso da mesma, fato perceptível nas atitudes dos informantes.