Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Scheffer, Gabriel Augusto |
Orientador(a): |
Finger-Kratochvil, Claudia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Fronteira Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
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Departamento: |
Campus Chapecó
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1923
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Resumo: |
No Brasil, nesse momento no qual praticamente findamos a segunda década do século XXI, temos percebido que as discussões em torno da temática leitura, mais especificamente compreensão de textos, têm sido alvo de interesse de diferentes instâncias. Neste sentido, observamos que pesquisadores, educadores, sistemas de avaliação, mídia em geral e governo têm se interessado pelo tema por causa dos baixos desempenhos que estudantes brasileiros vêm obtendo em pesquisas tanto internacionais quanto nacionais que objetivam analisar as habilidades em leitura. Dentre estas avaliações, destacamos o PISA, o INAF e o SAEB, sendo este último por intermédio da Prova Brasil. Considerando o PISA em específico, este programa demonstrou que, no período de 2000 a 2015, os estudantes brasileiros apresentaram lacunas referentes à formação leitora (OECD, 2016). Com o estudo dos domínios fundamentados por esse sistema de avaliação, podemos refletir, a partir de Scliar-Cabral (2013), que uma das habilidades na qual os participantes brasileiros tiveram mais insucesso na prova diz respeito ao processo cognitivo de realizar inferências para solucionar atividades de compreensão textual. Ao entendermos que o livro didático na atualidade é visto como um dos principais suportes que podem auxiliar o professor com o trabalho referente às competências do português em sala de aula, inclusive da leitura, pontuamos que essa dissertação busca estudar como os atuais livros didáticos de língua portuguesa propõem a realização de inferências conectivas e elaborativas na leitura e em questões de compreensão textual, considerando a importância dessas inferências para entendermos textos (KINTSCH; KINTSCH, 2005). Partindo de uma abordagem quali-quantitativa na análise, selecionamos três volumes, dos seis recomendados pelo PNLD 2017 aos professores e estudantes de língua portuguesa do 9º ano do ensino fundamental, com o objetivo de estudarmos seções destinadas à leitura, às atividades de compreensão textual e as recomendações didáticas propiciadas ao professor. Em um primeiro momento, identificamos o número de atividades estabelecidas como uma proposta para a construção de inferências conectivas ou elaborativas. Além disso, selecionamos uma amostra de atividades com inferências detectadas com o intuito de examinarmos a adequação (ou não) delas considerando o ensino-aprendizagem de inferências nas aulas de leitura e observamos as sugestões teóricas e metodológicas direcionadas ao professor de português no que se refere à abordagem sobre inferências, compreensão e leitura. Por fim, estabelecemos propostas de estratégias ao professor de português e reformulação de uma atividade a partir de uma sequência de metodologias sobre conteúdos específicos com o intuito de auxiliar o aluno-leitor na construção de inferências, visando a compreensão de textos. Os resultados obtidos indicam que os livros didáticos de português do 9º ano estudados nessa pesquisa contemplam grande parte de suas atividades de compreensão textual para questões que propõem ao aluno-leitor a realização de inferências conectivas e elaborativas na busca de sentidos para o texto. Entretanto, foi possível perceber que, mesmo que diariamente seja proposta a construção de inferências em atividades de leitura, esses materiais tendem a não auxiliar o aluno-leitor no que se refere à ativação e aprendizagem de conhecimentos que julgamos serem necessários para que as inferências requeridas sejam construídas com êxito. Dentre estes conhecimentos, destacamos a aprendizagem e desenvolvimento do léxico, uma maior ênfase na ativação de conhecimentos prévios de caráter linguísticos e enciclopédicos no trabalho com o texto e uma abordagem da leitura que vise à integração com outros domínios do conhecimento, reforçando, desta maneira, a importância do professor no planejamento de metodologias adicionais às propostas do LD no que diz respeito ao processo de ensinoaprendizagem da leitura em sala de aula. |