Distribuição do ictioplâncton em diferentes micro-habitats do médio Rio Uruguai, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Martine, Gabriela
Orientador(a): Reynalte-Tataje, David Augusto
Banca de defesa: Pelicice, Fernando Mayer, Bergonzoni, Ivan González
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis
Departamento: Campus Cerro Largo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3098
Resumo: As pesquisas relacionadas ao ictioplâncton fornecem informações relevantes sobre o seu desenvolvimento inicial, porém para a bacia do médio rio Uruguai, pouco se sabe quais ambientes são preferidos pelas larvas de peixes durante o início do seu ciclo de vida. A partir disso, este trabalho objetivou avaliar cinco microhabitats em três estações amostrais no médio rio Uruguai, localizadas nos municípios de Porto Mauá, Porto Vera Cruz e São Nicolau, no RS, as quais foram respectivamente nomeadas como PM, PVC e SN. Foram realizadas coletas mensais noturnas, de novembro de 2017 a janeiro de 2018, totalizando 180 amostragens. A distribuição espacial das estações amostrais situa-se em um trecho de aproximadamente 150 km. Cada estação amostral apresenta quatro micro-habitats no Rio Uruguai: corredeira, ilha, margem e poço; e um próximo à foz de um rio tributário: rio Santa Rosa (PM), rio Amandaú (PVC) e rio Piratinim (SN). Em todos os pontos foram efetuadas coletas ativas a partir de arrastos com rede de plâncton cônico-cilíndrica de malha 500 µm. Mensalmente foram mensuradas as variáveis: transparência, velocidade, temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, pH, profundidade e o nível do rio. As amostras coletadas foram fixadas em formol 4%, triadas e identificadas em nível de espécie. Os estágios larvais considerados foram: larval vitelino (LV), larval pré-flexão (LP), larval flexão (LF) e larval pós-flexão (LPO). Foram capturadas 1.523 larvas, sendo quatro ordens, 14 famílias, 27 gêneros e 20 espécies. Destas, 92,12% pertencem a ordem Siluriforme, sendo a família Pimelodidae (89,43%) a mais abundante, destacando-se as espécies Parapimelodus valenciennis (50,10%), Pimelodus maculatus (15,30%) e Iheringichthys labrosus (8,14%). Também foram capturadas espécies de peixes migradores (17%): os Characiformes Megaleporinus obtusidens e Salminus brasiliensis e os Siluriformes Luciopimelodus pati, P. maculatus, Pseudoplatystoma corruscans e Sorubim lima. Temporalmente não houve diferença estatística significativa quanto à distribuição de larvas nos meses de coleta. Em relação às larvas totais/10m3 e as estações amostrais, PVC apresentou as maiores densidades. Quanto aos estágios larvais e às estações amostrais, LV apresentou a maior densidade na estação PM. Para os estágios larvais de pré-flexão, flexão e pós-flexão, verificou-se diferença estatística significativa, em que PVC apresentou as maiores densidades. A CCA revelou os micro-habitats poços e corredeiras mais agrupados e segregados dos ambientes ilha, margem e tributário. A CCA1 mostrou que a velocidade da água, a profundidade e a transparência da água são os fatores mais importantes para a distribuição dos estágios larvais. O estágio LV esteve correlacionado positivamente com a velocidade da água e a maior profundidade do ambiente. As larvas em pósflexão relacionaram-se principalmente com a maior transparência e inversamente relacionadas com a profundidade e velocidade da água. A nMDS revelou clara segregação espacial entre os micro-habitats canal e a ilha dos de margem e o tributário. De acordo com os resultados, conclui-se que a estação amostral PVC apresentou as maiores densidades de larvas de peixes, e o micro-habitat Ilha representa o local de maior incidência de larvas totais, o que o caracteriza como berçário de larvas de peixes em estágios iniciais, principalmente de Siluriformes.