Distribuição espacial e temporal de simuliidae (Diptera: Culicomorpha) em uma bacia hidrográfica do bioma Pampa, no Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Menzel, Tieli Cláudia
Orientador(a): Strieder, Milton Norberto
Banca de defesa: Daroit, Daniel Joner, Moreira, Gilson Rudinei Pires
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis
Departamento: Campus Cerro Largo
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2999
Resumo: As formas imaturas (ovos, larvas e pupas) de Simuliidae (Diptera) desenvolvem-se nas águas correntes e as fêmeas adultas de determinadas espécies apresentam hábito hematófago, com importância médico-veterinária. Para a região neotropical, as informações sobre a bioecologia desse grupo de dípteros ainda são insuficientes. No Brasil, as principais pesquisas estão restritas à Amazônia central e a Mata Atlântica. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi conhecer a diversidade e os padrões de distribuição dos simulídeos na bacia hidrográfica do rio Piratinim, situada predominantemente no bioma Pampa, no Rio Grande do Sul, Brasil. Foram coletadas formas imaturas de simulídeos em seis riachos, com três trechos de amostragem em cada um, totalizando 18 pontos amostrais. Também foram obtidas variáveis abióticas nos locais de amostragem, sendo consideradas duas estações do ano (primavera, conforme indicações de literatura e outono para fins de comparação) e diferentes escalas espaciais: as regiões da bacia (alta, média e baixa) e trechos dos riachos (nascente, médio e foz). A análise de dados incluiu principalmente técnicas da estatística multivariada, como análise de correspondência e análise de correspondência canônica. Os resultados mostraram a ocorrência de nove espécies de simulídeos para a região do estudo: Simulium pertinax, S. orbitale, S. incrustatum, S. jujuyense, S. subpallidum, S. inaequale, S. perflavum, S. lutzianum e S. travassosi, sendo as três primeiras as mais abundantes (45, 62%, 22,61% e 18,17%, respectivamente). A média de espécies por riacho foi de 4,78 (±1,31). Foi possível verificar que a estruturação da assembleia foi influenciada, principalmente, pelos fatores locais (trechos dos arroios), mas também por aqueles em maior escala (regiões da bacia), embora de maneira menos significativa. A maior parte das espécies apresentaram distribuição homogênea nos ambientes, com exceção de S. orbitale e S. jujuyense que foram registradas principalmente em trechos de foz e S. pertinax nos trechos de nascente. Quanto as regiões, S. pertinax esteve menos presente no trecho baixo da bacia. Com relação às variáveis ambientais, foi observado um aumento da largura e da temperatura da água em direção da foz. Assim, tais dados apresentam informações importantes e inéditas sobre a estruturação da assembleia desses insetos no bioma Pampa, fundamentando o bom estado de conservação e preservação da bacia e podendo ser úteis para o programa estadual de controle dos Simulídeos do Rio Grande do Sul. No entanto, é importante que sejam realizados mais estudos, abrangendo outros biomas e um grande número de localidades, possibilitando a comparação de resultados.