O "talian" na fala dos ítalo-brasileiros em Chapecó - SC e Pato Branco - PR: manutenção e substituição dos termos de parentesco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Bortolotto, Paula Cristina Merlo
Orientador(a): Horst, Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/764
Resumo: Com esta pesquisa pretendemos descrever e analisar a manutenção e a substituição dos termos de parentesco do talian pelos termos de parentesco do português (Pt.), na fala de informantes ítalo-brasileiros em Chapecó, Santa Catarina (SC) e Pato Branco, Paraná (PR); em contextos plurilíngues, de contato linguístico do talian com o português do Oeste de SC, com o português do Sudoeste do PR, com o português padrão e com o italiano (Ita.). A partir do contato de diferentes variedades linguísticas vindas do norte da Itália ao sul do Brasil, com predomínio do vêneto e do lombardo, formou-se uma coiné, chamada de talian ou vêneto brasileiro. As localidades da pesquisa, Chapecó e Pato Branco, se desenvolveram no século XX, caracterizando-se como área de migração interna. Ou seja, foram constituídas por um grande número de descendentes de imigrantes europeus, em sua maioria, alemães e italianos, os quais migraram das colônias velhas do Rio Grande do Sul (RS), onde seus antepassados haviam se instalado, à procura de melhores condições, pois as famílias eram grandes, e as terras se tornaram improdutivas, escassas e consequentemente com alto valor comercial. A análise dos dados seguiu os moldes teórico-metodológicos da Dialetologia Pluridimensional e Relacional, contemplando o espaço variacional e a pluralidade dos informantes (inf.(s)) que compõem as duas localidades. Dessa maneira, foram entrevistados 16 inf.(s) ítalo-brasileiros, isto é, com sobrenome de pai e mãe com descendência italiana, sendo oito em cada ponto. Para tanto, foram levadas em consideração as dimensões diatópica (pontos geográficos – Chapecó SC e Pato Branco PR), diageracional (idade – GII (55 anos ou mais) e GI (de 18 a 36 anos de idade)), diassexual (gênero/sexo – masculino e feminino), diastrática classe social/escolarização – Ca (com graduação ou mais) e Cb (de nenhuma escolaridade até o Ensino Médio)), dialingual (bilíngues talian-português) e diafásica (variação de estilo no roteiro de entrevista – questionário, conversa livre semidirigida e leitura). Isso possibilitou uma melhor descrição da manutenção e substituição do fenômeno lexical estudado, os termos de parentesco. Esses se classificam em três tipos: termos de parentesco sanguíneo (bisavô, bisavó, vovô, vovó, pai, mãe, filho, filha, tio, tia, primo, prima, sobrinho, sobrinha etc.); termos de parentesco de aliança (marido, esposa, homem, mulher, sogro, sogra, genro, nora, cunhado, cunhada, padrasto, madrasta, enteado, enteada etc.) e termos de parentesco espiritual (padrinho, madrinha, afilhado, afilhada, comadre, compadre). A análise das respostas espontâneas do questionário lexical aponta para 30% de manutenção das variantes do talian em Chapecó SC e 28% em Pato Branco PR e 66% de substituição para o português, em ambos os pontos geográficos.