A morfossintaxe na oralidade do vêneto sul-rio-grandense : perfil dialetal de comunidades rurais da região da 4ª légua, Caxias do Sul/ RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Picol, Greyce Dal
Orientador(a): Faggion, Carmen Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ucs.br/handle/11338/751
Resumo: A morfossintaxe do dialeto vêneto sul-rio-grandense, da Região de Colonização Italiana do Rio Grande do Sul (RCI), ainda apresenta aspectos que demandam estudo: o uso dos auxiliares, algumas flexões, formação de palavras e muitas outras peculiaridades que ainda não estão suficientemente descritas. A partir da situação observada, o presente estudo tem por objetivo examinar, do ponto de vista da linguística funcional, em que medida as estruturas morfossintáticas na oralidade do dialeto vêneto sul-rio-grandense, quando comparadas às do dialeto vêneto italiano e às da língua portuguesa, revelam semelhanças e diferenças na formação verbal do pretérito perfeito e em aspectos do léxico, como a renovação vocabular. O método é o da coleta de dados, feita a partir de pesquisa de campo realizada em algumas comunidades rurais de Caxias do Sul. As questões de pesquisa são divididas em duas etapas: solicitação de tradução frasal, do português para o vêneto sul-riograndense, e solicitação de apresentação de relatos, também em vêneto. O corpus é formado pelas entrevistas feitas, com as questões acima, com oito informantes (quatro homens e quatro mulheres), dentre os quais quatro têm acima de 60 anos (dois homens e duas mulheres), e quatro, igualmente divididos por gênero, têm entre 40 e 59 anos. Essa delimitação foi feita a fim de que se pudesse observar se falantes mais velhos conservam traços mais originais desse dialeto, como a construção verbal no pretérito perfeito, em relação aos mais novos, que podem adotar outros usos. Além disso, deu-se ênfase às escolhas lexicais feitas pelos falantes, buscando observar se há presença marcante de neologismos, decorrente do contato com outras línguas, mais uma vez levando em conta a diferença de idade. A partir da análise do corpus, nota-se que o talian vem sofrendo transformações decorrentes do contato contínuo com a língua portuguesa, especialmente no domínio da neologia: há uso corrente de empréstimos. Também se observam, nas realizações dos falantes, muitas ocorrências de alternância de códigos linguísticos, em ambas as faixas etárias, com mais presença na fala feminina. Sobre a construção verbal no pretérito perfeito, a escolha do verbo auxiliar foge da norma em alguns casos, mas não é uma característica marcante; há usos do auxiliar aver exclusivo somente em alguns informantes. Os informantes, de um modo geral, apresentam características remanescentes do dialeto trentino Oriental em sua fala.