A educação e o zero hora: reflexos e refrações do discurso neoliberal nas páginas de um jornal.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Thomé, Tânia Mara Machado
Orientador(a): Caracelli Scherma, Camila
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/2191
Resumo: Este é um trabalho no qual realizo o estudo discursivo sobre a Educação nas páginas do jornal Zero Hora (ZH) e na mídia eletrônica GaúchaZH, jornais de grande circulação e de alcance regional no estado do Rio Grande do Sul. Nele, proponho compreender, principalmente, os reflexos e as refrações do discurso neoliberal na materialidade de enunciados sobre Educação. Objetivo, ainda, fazer pesquisa à luz da Filosofia da Linguagem Bakhtiniana e refletir principalmente sobre a palavra. Palavra como um instrumento de poder. A partir da compreensão das concepções de Bakhtin e do Círculo de Bakhtin sobre o discurso, parto dos mais diferentes enunciados pela necessidade de estabelecer relações que levem à compreensão do sentido dos discursos. Compreendo que a superestrutura que abarca todos os aparatos políticos, econômicos e ideológicos, liderados pela grande mídia e a serviço do sistema capitalista, cumpre o papel de tentar apagar toda a oposição e crítica dos sujeitos sociais, relegando-os a uma dimensão unívoca. Por outro lado, compreendo que dos embates ideológicos surgem as divergências discursivas que se transformam em luta entre a estabilidade e a instabilidade, embates que são discursivos, uma vez que os signos ideológicos refratam e refletem uma mesma realidade, de modo diferente, já que são gestados nos interesses das classes. A metodologia baseia-se tanto nas compreensões dos jornais que compõem a pesquisa, quanto naquilo que com os materiais dialoga, isto é, a relação do neoliberalismo com o signo Educação. O recorte temporal são os anos de 2016, 2017, 2018. As fontes pesquisadas consistem em notícias, notas, artigos, editoriais e entrevistas, bem como imagens sobre a Educação publicadas no Jornal ZH impresso e GaúchaZH, mídia eletrônica. Ensejo que o estudo do discurso aqui promovido possibilite a identificação e a compreensão de valores tradicionais do neoliberalismo em diálogo com a Educação no Brasil. Além disso, busco cotejar discursos, evidenciar outras vozes, promover o encontro e compreender, por meio dos sentidos bakhtinianos, a tensão que ocorre entre as forças centrípetas - expressas pela palavra hegemônica, para a qual a Educação deve servir aos seus interesses - e as forças centrífugas - representadas por outras vozes, significando a resistência, a contrapalavra, configuradas por tensão e abertura, desvelando, ideologicamente, as relações sociais efetivas ligadas à vida.